segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Escola a Tempo Inteiro - Uma Diversidade de Perspectivas

Numa sala do Instituto da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra, juntaram-se este fim de semana mais de 300 pessoas num encontro promovido pela DREC (Direcção Regional de Educação do Centro) sob o tema “Escola a Tempo Inteiro - uma Diversidade de Perspectivas”. Académicos (professores, estudantes e investigadores), pais, encarregados de educação, animadores, representantes do poder central e local, falaram das suas teorias, experiências e práticas. As crianças e os jovens, se bem que ausentes fisicamente, estiveram, felizmente, mais presentes do que é habitual nos discursos sobre os espaços educativos e as actividades. A vontade de avaliar as práticas educativas a partir dos interesses das crianças, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida, foi claramente sentida neste encontro. Trata-se agora de motivar outros profissionais para esta opção de fundo isto é, colocar o ponto de vista das próprias crianças no centro do processo de decisão das questões que as afectam.

Os diferentes intervenientes falaram da necessidade de olhar a escola de diferentes perspectivas, como um espaço quotidiano de relação e sociabilidade, de trabalho (académico e profissional), de aprendizagem formal e informal, de jogo, de vida. Muitos temas foram objecto de análise: o oficio de aluno como um dos vários ofícios da criança; o brincar como um direito fundamental essencial; o perigo da rua, que faz parte da vida; como proteger sem manipular ou controlar; a necessidade de devolver os espaços de ar livre às crianças e as crianças aos espaços de ar livre da cidade; o papel fundamental que as autarquias têm neste campo; como podem todas as crianças, sem excepção, participar nas diferentes actividades; o tempo livre visto como não sendo o contrário de tempo ocupado, porque o tempo das crianças pode ser ocupado respeitando a sua liberdade ou, pelo contrário, violar essa mesma liberdade; avaliar as actividades no seu processo e não só como produto final; como podem os profissionais das AEC fazer do espaço de tempo livre das crianças um espaço com mais liberdade do que aquele que elas teriam se não tivessem estas actividades; a importância de olhar estes profissionais com dignidade; perceber e divulgar as boas práticas. Estas foram algumas das questões que fizeram deste encontro um marco importante para olhar diferentemente a Escola a Tempo Inteiro.

Gostei mesmo muito - dizia uma mãe à saída -, mas fiquei com pena de não haver mais debate, para que os pais pudessem, eles também, dizer o que pensam.

Maria José Araújo

Opera no mercado de Valência

As virtudes do mercado e a música lembrados neste Natal.

Opera no mercado

O tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho

O consumo é uma actividade colectiva que não afecta especialmente as crianças mas todos nós. Fala-se muito do excesso e da abundância de brinquedos e outros objectos, que as crianças (em determinados contextos), recebem no Natal, mas este assunto é bastante mais profundo e complexo, sobretudo no que respeita ás crianças.

Os brinquedos e os jogos são, seguramente, um dos sectores de maior consumo e assim são tratados como produtos. As crianças são seduzidas por uma grande máquina de marketing comercial e nesse sentido, os brinquedos tem vindo a ser desvalorizados pelos adultos que os consideram objectos de consumo, fúteis e desnecessários. São apresentados às crianças como objectos com funções específicas, desvalorizando-se a invenção e a fantasia.

Tendo entrado na categoria de objectos de consumo, para as crianças, a par da roupa, do fast-food, etc, comercializados em grandes armazéns de brinquedos, passaram a ser desvalorizados enquanto objectos de interesse cultural. As crianças aliás, são consumidoras mas também promotoras pois participam, quase sempre, nas campanhas de promoção.

Em Portugal, aderimos a este sistema (americano de origem), o que fez com que o brincar e os objectos de brincar (os brinquedos) fossem desvalorizados. Assim, o tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho.

Os pais e encarregados de educação não são consumidores passivos, são actores conscientes. Mas, muitas vezes compram sem saber bem porquê: objectos da moda, os filhos pedem, ou simplesmente porque é Natal.

Maria José Araújo

Exageros de Natal

domingo, 29 de novembro de 2009

O BRINCADOR

«Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.
Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.
Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.
Quando for grande, quero ser um brincador.
Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.
Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.
Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador…
A mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois acrescenta, a suspirar: “é assim a vida”. Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.
A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: “Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras.»

O Brincador,
Álvaro Magalhães

sábado, 21 de novembro de 2009

Direito a falar com o dedo no ar

Este título – Direito a falar... com o dedo no ar – foi-me sugerido por uma criança da EB1 JI do Cerco do Porto, a propósito dos direitos da criança

Para falar temos de pôr o dedo no ar. Se falarmos todos ao mesmo tempo fica muita confusão e não nos entendem . Má comunicação.

Na verdade, crianças e adultos já incorporaram a ideia de que as crianças têm direito a falar, embora isso se deva processar com ordem, para que seja perceptível, como elas mesmo dizem.
Esta constatação é um progresso no que respeita aos direitos de comunicação das crianças, porque na escola já houve um tempo em que as crianças tinham apenas o direito de ouvir.
O direito a falar é encarado com naturalidade por toda a gente. É um direito reconhecido e valorizado.
O que eu defendo é que brincar é um direito da criança tão fundamental como o direito a falar, não necessariamente no tempo lectivo, mas no tempo pós-lectivo. Um tempo em que frequentemente se obrigam as crianças a fazer actividades em tudo semelhantes às do tempo lectivo (pela metodologia que se usa, por não as envolvermos na organização e programação, por serem demasiado orientadas, sem deixar para a criança a hipótese de explorar ...)
O que eu de facto gostaria de ver era uma criança a levantar o dedo pedindo para brincar, e que isso fosse reconhecido por ela e pelos adultos, que com ela convivem, como um direito tão natural e tão irrenunciável como o direito a falar, a comer e a ser bem tratado.
Há tempo para tudo e há todas as possibilidades que quisermos mas, neste momento, o acto de brincar não é reconhecido como direito fundamental, porque as pessoas têm uma informação muito vaga, limitada e pouco precisa do que significa brincar.
O mesmo sucede, às vezes, com o jogo, que é entendido somente como exercício físico ou desporto, interessante para a saúde ou para o desenvolvimento motor, ignorando o seu potencial como forma inegável de ligação das crianças ao mundo.

Brincar, para a criança, é viver e é tão importante e tão fundamental como qualquer outro dos direitos que consideramos fundamentais e que estão consagrados na Convenção dos Direitos da Criança.

Na verdade, não dar tempo à criança para brincar, não reconhecer esse direito no seu tempo livre, é uma violência tão grave e punível, como não dar de comer ou maltratar fisicamente. Constitui além dessa violência, uma falta de percepção do que significa brincar e da forma como as crianças fazem a leitura da realidade social. As crianças aprendem pela experiência, à medida que vão interagindo com o seu grupo de pares e com os adultos e à medida que vão vivenciando diferentes situações.
Reconhecer e valorizar o acto de brincar é, ainda, dialogar com as crianças numa linguagem que elas entendem, respeitar o(s) seu(s)tempos, escolhas e decisões. É comunicar, interagir e respeitar.

Maria José Araújo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ainda os TPC

Um dos problemas dos TPC é que dá a ideia de que qualquer pessoa pode ensinar as crianças. Não é qualquer pessoa que ensina a estudar, porque não é fácil e exige formação na área da infância e competências específicas nas matérias a ensinar. Exige conhecer as crianças, mas também vontade de as entender, disponibilidade para as ouvir e para compreender o modo como elas aprendem e valorizam o que aprendem.

Mais
Entrevista de Sara Oliveira para o EDUCARE
9 Nov 2009

E o tempo para brincar ?

As crianças trabalham hoje 40 a 45 horas semanais. (...) E o tempo para brincar?

P: Que opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos? São opções dos pais ou do sistema educativo?
MJA: Estamos a sobrecarregar muito as crianças em função da socialização escolar para resolver problemas que são dos adultos e não das crianças. Não acho que seja preciso arranjar culpados. Temos é de perceber o que andamos a fazer e respeitar o tempo da infância como um tempo que tem de ser vivido em função dos interesses das crianças e não dos problemas dos adultos.

Entrevista de Ana Esteves 2009/11/06
Mais

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Direito a Falar ... Com o dedo no ar

Conferencia a propósito dos 20 anos da "Convenção dos Direitos da Criança" adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas

16h00-17h00 – Lançamento da obra “Crianças Ocupadas” (de Maria José Araújo)
Comentários ao livro por João Teixeira Lopes

17h00-18h30 - Conferência: "Direito a falar... com o dedo no ar"
Maria José Araújo
João Teixeira Lopes

Local : Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Anfiteatro 1)Via Panorâmica, s/n, 4150-564 Porto http://www.letras.up.pt/
Organização: Instituto de Sociologia

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Furar o Cerco

Furar o Cerco
Como convencer os adultos que brincar é importante

Palavras e desenhos : Crianças da Escola EB1 JI do Cerco do Porto

Brincar não tem um tempo, é quando se quer - Rita
Brincar é comunicar e encontrar amigos - Rui
Eu gosto de brincar com o meu pensamento - André
Direito a explicar quando não nos compreendem - João
Direito a falar ... com o dedo no ar - André
Direito a ser ouvido - Clara

Não ter de comer não é justo
É bater ou apanhar que é proibido? - Cátia

Sonhar não precisa de ser direito pois não? Nós estamos sempre a sonhar...! - Ana

Estas são apenas algumas das palavras que fazem parte deste livro organizado a propósito dos 20 anos da "Declaração Universal dos Direitos da Criança"

Texto de Maria José Araújo - Ilustração: Catarina Mendes
Colaboração : Beatriz Gonçalves, Bruno Rodrigues, Pedro Mota,Francisco Soeiro, Vitor Martins e Vitalia S.
Novembro 2009 No prelo

No Fear. Growing up in a risk averse society

Focusing on the crucial years of childhood between the ages of 5 and 11 - from the start of statutory schooling to the onset of adolescence. No Fear advocates a philisophy of resilience that will help counter risk aversion and strike a better balance between protecting children from genuine threats and giving them rich, challenging opportunities through which to learn and grow.
Tim Grill
Calouste Gulbenkian Foundation


"Children in the past have been assumed to have capabilities that we now rarely think they have... So fixated we are on giving our children a long and happy childhood that we downplay their abilities and their resilience"
The Invention of Childhood H. Cunningham (London BBC Books 2006)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

RODRIGUES, Maria (1999) Pelo Direito à Cidade : O movimento de moradores no Porto. Porto: Campo da Letras.

Um estudo sobre a energia que animava as práticas colectivas de uma democracia participativa que resultava da convicção e empenho das acções das comissões de moradores por um alojamento digno e melhores condições de vida quotidiana para as famílias pobres. As “Comissões e Associações de Moradores foram percursoras do que viria a ser estipulado pela Lei de Bases do Sistema Educativo, que, em consonância com a constituição de Abril de 1976, definiu princípios propiciadores da interligação entre as escolas e as comunidades locais” . O valor dessas iniciativas, cujos destinatários eram sobretudo indivíduos oriundos de estratos sociais carenciados, residiu fundamentalmente nas metodologias utilizadas pelos formadores, que rejeitando formas académicas de transmissão de conhecimentos lançaram um modo interactivo de trabalho pedagógico, oposto ao modelo transmissivo predominante nas práticas pedagógicas da escola institucional”.
Este trabalho é um bom exemplo de como a valorização da função pedagógica da cultura e a afirmação da dimensão política das práticas culturais tinha em conta as experiência de animação no “tempo livre” das crianças como algo que contemplava não só a sua participação activa, mas também os seus interesses, necessidades e até o contexto local. Uma realidade que se foi modificando ao longo do tempo. Hoje o tempo das crianças foi, do nosso ponto de vista, institucionalizado pervertendo o efeito, então previsto, que era criar um espaço em que o tempo das crianças se tornasse um tempo com mais qualidade e liberdade do que aquele que elas teriam se ele não existisse.

Meninos de Ninguem - Apresentaçao na Belgica

No próximo dia 5 de Novembro, pelas 18h30, será apresentado o Livro de Ana Cristina Pereira " Meninos de Ninguém" na Livraria Orfeu - Bélgica

Mais informações

Ana Cristina Pereira conta-nos 18 histórias de jovens e crianças que a vida maltrata todos os dias. Histórias verdadeiras, de pessoas como nós, que preconceituosamente julgamos e nem sempre entendemos.


"Ana Cristina Pereira estudou Comunicação Social na Universidade do Minho. É jornalista do Público desde 1999. Dedica-se, sobretudo, às temáticas de exclusão social, como a pobreza, os tráficos, as dependências, as piores formas de trabalho infantil, a delinquência juvenil, a violência intrafamiliar, a reclusão, as migrações e as minorias. Meninos de Ninguém é o seu primeiro livro"

sábado, 31 de outubro de 2009

O que pesa mais na avaliação das AEC ?

Todas as medidas precisam de ajustes e de um tempo para ver como podem funcionar. Os estudos sobre as AEC não se fazem para dizer que funcionam bem ou mal. Fazem-se para perceber e dar pistas. Para se poderem fazer reajustes... para se poder melhorar as condições do que se faz.

No caso das actividades que as crianças fazem a avaliação é sobretudo importante para percebermos como podemos melhorar a qualidade do tempo que as crianças passam na escola. É essencial perceber e ser crítico . Ser crítico é querer que se faça sempre melhor.

O projecto da Escola a Tempo Inteiro não acaba por responder a uma necessidade das famílias ao democratizar as funções de guarda?

A Escola estar aberta todo o dia é uma medida socialmente útil e importante para os pais. A questão não é se a medida é boa ou má. A questão é se tem uma influência positiva nas crianças. É preciso perceber o impacto destas medidas na vida das crianças.
As AEC’s são um assunto de grande complexidade. A atenção do senso comum centra-se muito no tipo de actividades propostas pelo Ministério em parceria com as autarquias e na tema da segurança enquanto a questão de fundo fica sempre por resolver. Será que temos o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de Escola? O contrário de tempo livre não é tempo ocupado, como muitas vezes se diz. Porque o tempo pode ser ocupado com liberdade (quando as crianças podem ter uma palavra decisiva na escolha da sua ocupação) e sem liberdade (quando as crianças são vítimas de uma imposição ou escolha a que são totalmente alheias). Para tempo não livre já temos as aulas, e é normal que assim seja. Depois das aulas é bom que o tempo livre seja mesmo livre. Não faz sentido prolongar de tal modo as suas ocupações e obrigações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar. Para serem crianças... Estas são algumas das questões sobre que conversei com os educadores.

As crianças podem e devem fazer tudo o que for importante para elas, desde que lhes seja garantida a oportunidade de escolher. Aliás, detestam estar sem fazer nada. E, para algumas delas, a única hipótese de ter essas actividades é mesmo na escola. E é justamente por isso que temos de ser muito exigentes em relação à forma como essas actividades são sugeridas e implementadas, para que elas as possam aproveitar plenamente.

Democratizar não é fechar as crianças em espaços e obrigar todas as crianças a fazer tudo da mesma maneira.


Maria José Araújo In (JUP Outubro 09)

AEC - contra ou a favor?

Muitas pessoas, a propósito do livro "Crianças Ocipadas" me têm perguntado: contra ou a favor ?


Não acho que ser contra ou a favor seja a questao.

Eu não sou contra as actividades Sou a favor de actividades que respeitem as crianças. No caso das AEC é preciso fazer uma avaliação qualitativa que permita levantar os problemas e dar soluções.

Há que discutir esta questão de vários pontos de vista:
social - boa medida para os pais que estão descansados enquanto trabalham;
pedagógico - se as crianças puderem aproveitar e escolher;
politico - como medida educativa que promove condições de aprendizagem;
jurídico - do direito das crianças;
do trabalho - trabalho escolar das crianças e do emprego dos professores

Ser crítico em relação a:
A designação - de Enriquecimento Curricular (desvalorizando as
expressões e valorizando o curriculo formal)

Os espaços - ambiente sempre igual que provoca cansaço
A organização - tem de se pensar se módulos de 45 minutos é bom para as crianças.

A forma como são trabalhadas com as crianças as áreas de expressão. Pois muitas vezes o facto de terem uma organização rígida deixam para as crianças muito pouco espaço para se exprimirem.

A obrigatoriedade - As crianças têm de ficar na escola, no seu
tempo livre, porque os pais trabalham. Podem não frequentar? Podem não fazer as
actividades no caso de não quererem ou estar cansadas. Que alternativas?

A avaliação (por vezes é feita por empresas. Tem de se garantir que essas empresas têm profissionais da infância com competência para fazer este tipo de avaliação).

É preciso perceber o impacto destas actividades na vida das crianças.


Quanto aos professores e seus contratos essa questão é do foro do
trabalho (emprego) e das condiçoes, que têm de haver, para que as
crianças tenham um tempo na escola mais proveitoso. E da dignidade que
é preciso ter para que os profissionais da educação sejam tratados.


Maria José Araújo

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Lançamento do Livro "Crianças Ocupadas" em Braga

Araujo, Maria José (2009) Crianças Ocupadas.Como algumas opções erradas estão a prejudicr os nossos filhos. Lisboa: Prime Books

Dia 21 de Outubro pelas 18h00

Apresentação:
Prof Doutor Manuel Jacinto Sarmento
IEC- Instituto de Estudos da Criança
Universidade do Minho
Universidade do Minho

Local: Livraria Centésima Página
Casa Rolão
Av. Central nº 118-120
4710-229 Braga
Tel. 253267647

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lançamento do Livro "Crianças Ocupadas" no Porto - AGRADECIMENTO


Nesta sala da livraria "Salta Folhinhas" contam-se histórias a meninos grandes e pequenos.
Há muita fantasia e magia no mundo da vida das palavras e das letras.




No dia 10 Agostinho Ribeiro com muita sabedoria fez história a propósito dos meninos e meninas que querem brincar e há adultos que não percebem porquê...
Foi muito bonito. Ele falou como só ele sabe. Toda a gente gostou e aplaudiu.

A Dulce Guimarães falou dos sonhos. Os sonhos daqueles e daquelas que não desistem de lutar pelos espaços e tempos de brincar.

A todos os que lá estiveram, gostaram, choraram, brincaram e foram para casa pensar.
Muito obrigada.

Maria José Araújo

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Estado tem que reformular a política de investimento no ensino superior

"Na cerimónia de abertura do novo ano lectivo, na Universidade de Coimbra (UC), o reitor Fernando Seabra Santos apresentou um caderno de encargos com seis pontos que preocupam as instituições de ensino superior. A saber: o ordenamento da oferta educativa, a racionalização da rede de instituições, a política de financiamento, a clarificação do conceito de autonomia, a revitalização do processo de avaliação e a maior aproximação entre sistema universitário e científico.

São seis pontos que o próximo ministro deve ter em conta para revitalizar a área. O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) apela ao primeiro-ministro que o relacionamento entre tutela e universidades melhore".(...)

Entrevista com o Prof. Doutor Seabra Santos, reitor da Universidade de Coimbra e presidente do CRUP

texto completo Jornal Público

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

TPC e Estudo sao a mesma coisa?

Quando me refiro ao excesso de TPC, estou a referir-me às contas, tabuada repetida, cópias e fichas que as crianças mais pequenas levam para fazer depois da escola, mas também ao excesso de trabalhos que são uma repetição do que se fez na aula e, ainda, às actividades que são mais aulas depois das aulas.

Estudar tem de ter a adesão voluntária das crianças. Deve ser algo que elas percebam e por que se interessem. Perceber que conhecer, aprender e ter a possibilidade de participar no mundo de uma forma informada é algo estimulante, e as crianças gostam deste sentimento. Estudar é perceber mais e melhor... não é repetir o que os adultos impõem.

O conceito de estudar é muito confuso para as crianças e elas só o vão percebendo com o decorrer da escolaridade e à medida que se vão confrontando com outras situações -como, por exemplo, estudar a tabuada, estudar para um teste - e, mesmo assim, tudo isso depende delas. A função de estudar, não sendo uma operação muito concreta, é algo que não é muito claro para as crianças nem, provavelmente, para os adultos com quem convivem (...)


Maria José Araújo no Educare
texto completo

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A investigaçao e a politica

Um dos objectivos da investigação na área da educação é informar e influenciar a decisão dos políticos e de todos os que têm um papel na configuração das condições concretas que afectam as crianças e os estudantes.
É de saudar quando os políticos reconhecem a utilidade desta investigação.

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Crianças Ocupadas


Fará sentido que, na sociedade contemporânea, as crianças trabalhem mais do que as 40 horas que achamos razoáveis para os adultos? Fará sentido prolongar de tal modo as suas ocupações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar? Será que temos o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de Escola?
Além destas perguntas primordiais, às quais se procura responder neste livro, muitas outras se colocam, hoje, aos pais e encarregados de educação, professores e educadores.

O trabalho das crianças é de cinco horas na Escola e depois têm de descansar. Temos nós o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de trabalho na Escola?
O contrário de tempo livre é tempo ocupado? Ou o tempo pode ser ocupado com liberdade e sem liberdade?
São os “trabalhos de casa” excessivos, repetitivos e inúteis? De que estamos nós a falar quando falamos de “trabalhos de casa”?
O problema dos TPC é também uma questão crucial para os pais na forma como encaram o futuro das crianças.
As crianças são pessoas que têm um presente de pleno direito, não são apenas pessoas que vão ter um futuro.
A angústia dos pais para que as crianças trabalhem muito para ser alguém, como se as crianças não fossem já hoje alguém, pode comprometer tanto o seu presente como o seu futuro.


Maria José Araujo (2009) Crianças Ocupadas. Lisboa: Prime Books

AEC - Empobrecer o Curriculo para depois o Enriquecer?

As actividades de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo do Ensino Básico (EB) – conhecidas por AEC são um assunto de grande complexidade. A atenção do senso comum centra-se nas actividades propostas pelo Ministério da Educação em parceria com as autarquias (se são boas ou más, se devem ser estas ou outras, etc.) e com a necessidade de ter as crianças em segurança, enquanto os pais trabalham, mas a questão de fundo fica sempre por resolver porque é de mais difícil apreensão.
A primeira pergunta que se impõe acerca da necessidade de um enriquecimento curricular, é a seguinte: Porque é que se empobreceu o currículo, se depois temos de o enriquecer?

Não se está aqui a defender um tipo de disciplinas contra outro, ou um tipo de saber que seria melhor do que outro, mas sim o que as pessoas pensam da sua própria vida e da vida das crianças que têm a seu cargo. No que respeita especificamente a estas actividades de enriquecimento, esta questão prende-se sobretudo com a nossa concepção de infância.
Apesar dos educadores pensarem nas crianças quando fazem as actividades, a verdade é que raramente estas actividades surgem de um diálogo prévio com elas. Fazem aliás parte de um conjunto de orientações que o Ministério propõe, a autarquia tenta organizar e os professores tentam seguir…
Uma questão que se coloca desde logo aqui é se as actividades devem ser pensadas com as crianças ou para as crianças.
Na perspectiva de que as actividades de enriquecimento devem ser programadas para as crianças está implícita uma concepção de infância que toma as crianças como seres não activos, sem capacidade de iniciativa e sem identidade. Esta perspectiva não olha as crianças no presente, com a sua realidade concreta, mas como um produto de aprendizagens organizadas pelos adultos em função de um desígnio institucional de socialização. Consequentemente, as actividades por vezes são adequadas, outras vezes não são, porque não vão de encontro às realidades culturais, cognitivas e às motivações das próprias crianças, entre outras razões.
Na perspectiva de que as actividades de enriquecimento devem ser pensadas com as crianças, a partir dos seus interesses e participação, estamos perante uma concepção de infância que as olha no presente, com personalidade própria, pois estamos a dar-lhes a oportunidade de exprimirem o que sentem, da maneira que desejam. Neste tipo de actividade mais lúdica e não tão direccionada, o próprio processo da escolha é já uma actividade que é válida por si. É de facto muito importante que as crianças exteriorizem a sua subjectividade, algo que vem de dentro das suas vivências, dos seus marcos de referência e não que é imposta do exterior.
De uma maneira geral, as crianças gostam de fazer coisas de brincar e para elas brincar pode também ser fazer actividades. Mas se as actividades que dependem das funções expressivas (como a mímica, o movimento, a música, o desenho, a pintura, etc.) não respeitarem a sua(s) cultura(s), por serem demasiado programadas, deixando para a criança somente um espaço de execução, o processo de exploração das potencialidades da criança perde-se, pelo menos parcialmente, porque ela já não se entrega por inteiro num acto que já não vê como sendo autenticamente brincar.
Se as diversas actividades que são propostas às crianças no seu “Tempo Livre” – que é o tempo que fica depois das aulas na escola – forem actividades lúdicas, que vão de encontro à sua vontade e interesse, onde elas podem escolher o que fazer (umas gostarão de pintar e ter música, outras de fazer outras coisas), penso que é muito positivo. No entanto, se forem demasiado orientadas, as crianças forem obrigadas a fazer e se forem mais aulas depois das aulas, penso que é muito cansativo e contraproducente. Estamos a falar de crianças muito pequenas e o cansaço elas demonstram-no das mais diversas formas, a que por vezes damos o nome de indisciplina.
É essencial que as crianças brinquem e descubram o que gostam de fazer. Brincar é a actividade por excelência nesta fase da vida das crianças. O problema pode não ser só as actividades que se fazem com excesso de orientação, mas sim ser essa metodologia a prevalecente em todas as actividades.

Maria José Araujo (2009). Crianças Ocupadas. Lisboa: Prime Books

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Manuais escolares : o proximo passo


" Em época de especiais dificuldades económicas é ainda mais chocante a autêntica extorsão a que são submetidas, no início de cada ano lectivo, as famílias que têm crianças a estudar. Por isso são de saudar todas as diferentes iniciativas que permitem que os manuais escolares sejam fornecidos gratuitamente a alguns estudantes do ensino obrigatório mais carenciados.(...)
E poupavam-se as costas das crianças, que prejudicam a sua saúde carregando diariamente toda uma série de pesados volumes, dos quais apenas precisam, para cada dia, de umas escassas páginas."
Renato Soeiro
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dia Mundial da Literacia

"Cerca de 75 milhões de crianças em todo o mundo continuam sem acesso ao ensino. Em Portugal, nove em cada cem portugueses continuam sem saber ler nem escrever, na maioria idosos e a viverem no Interior. Ainda assim, previsões da UNESCO apontam para uma descida progressiva até 2015 (...)
Jornal Público

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Mediaçao Parental aprende-se

Numa altura em que “está a ser feito um esforço de inclusão digital dos mais novos, de modo alargado, a famílias com poucos recursos, é importante ter presente que muitos pais não usam ainda o computador ou a Internet e que podem ter dificuldade em entender a informação online”, defende, em declarações ao VER, a coordenadora nacional de um estudo do EU Kids Online, cujas conclusões foram apresentadas na última Sexta-feira, em Lisboa
POR GABRIELA COSTA

São cada vez mais, e mais novas, as crianças portuguesas que utilizam a Internet, mas são poucos os pais que as acompanham. Assinalando o final da primeira fase de implementação, o projecto EU Kids Online, que reuniu em Portugal investigadores, académicos e decisores políticos, conclui que, atendendo à tenra idade destes jovens e ao facto de acederem mais à Web do que os seus progenitores, não estão a ser desenvolvidas estratégias de mediação parental adequadas à sua protecção face aos riscos inerentes à utilização da Internet.



Toda a noticia

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Uma Ilha na Lua

William Blake. (1996)Uma Ilha na Lua Lisboa:Antígona.


" O alargamento progressivo do horário e do tempo de escolaridade (incluindo a cada vez mais precoce pré-escolarização das crianças), assim como do horário e do tempo de ver televisão correspondem, de certo modo, a uma vigilãncia e programação total da educação das crianças, amestradas desde pequenas no papel de alunos atentos e consumidores responsáveis (...)
in prefácio
Manuel Portela

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vale a pena aprender ingles no lº Ciclo EB?

Será que valeria a pena incluir o estudo do inglês no currículo, como defendem pais e sindicatos de professores, já que as escolas têm obrigatoriamente de oferecer esta língua como AEC?

- A aprendizagem de uma segunda língua - a ser obrigatória - deve fazer parte do currículo.

Apesar de as escolas terem de oferecer inglês no primeiro ciclo, a sua frequência é facultativa. Será que uma criança que chega ao quinto ano e volta a ter as primeiras noções de inglês, juntamente com outras que nunca tiveram não se desmotiva?

- Nesta fase da vida, as crianças devem aprender uma segunda língua sobretudo falando e não aprendendo gramática ou sintaxe. A aprendizagem de uma língua estrangeira (uma segunda língua) deve ser feita, ou deve ser aprendida como se aprendeu a língua materna e não com programas que impliquem conteúdos muito escolarizados. A aprendizagem informal e que parte da vontade das crianças é vantajosa e não interfere com nenhum programa curricular, muito pelo contrário.
As crianças pequenas aprendem uma ou mais línguas com muita facilidade, desde que tenham essa possibilidade. Neste sentido, dar oportunidade a que as crianças possam estar num ambiente onde se aprende naturalmente uma língua é vantajoso. Aliás, muitas crianças aprendem inglês cantando ou ouvindo “bonecos” dos desenhos animados na TV.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aprendiz de Utopias

No país de Salazar
José Pacheco| 2009-06-03

Razão tinha Ivan Illich quando disse haver quem medisse o seu êxito pelo fracasso dos demais. Também na Educação, a ignorância é condimento da sanha destrutiva contra qualquer projecto que escape à mediocridade reinante. A Escola da Ponte que o diga...

texto

TPC a mais, brincadeira a menos

texto

EDUCARE.pt
O Portal da Educação
Segunda-feira, 8 de Junho de 200

quinta-feira, 4 de junho de 2009

As criança como autoras

Reflexão sobre a experiência de de participação na elaboração de um Jornal Escolar
Joana Santos, Angela Vieira, Vãnia Garrido, Rute Teixeira e Cristiana Nogueira

" Pensamos que se é bom englobar o mundo dos adultos no Jornal da escola, também era bom ver o mundo das crianças nos jornais dos adultos. Lemos noticias do que acontece às crianças (morreu não sei onde, tem insucesso, etc), mas não das coisas que interessam de facto às crianças e muito menos do seu ponto de vista. Muitas vezes não tem matéria que nos interesse, são muito superficiais, não têm nada de realmente importante. Nós estamos esquecidos nos meios de comunicação social e quando somos lembrados é para dizerem que não prestamos... para dizer mal"

Diálogos sobre o vivido
Humberto Lopes e Maria José Araújo
2004 - Revista Educação Sociedade e Culturas


texto completo

terça-feira, 2 de junho de 2009

Crianças e Jovens em Noticia

Crianças e Jovens em Notícia
Cristina Ponte (org)
2009 - Livros Horizonte

Os textos que compõem este livro correspondem às actas do I Seminário Internacional " Infância, Cidadania e Jornalismo". Sao textos que traduzem as preocupações de um conjunto de investigadores sobre as tendências e enquadramentos jornalísticos acerca das problemáticas da infância.

Apresentação 8 de Junho, às 18 horas, no Museu da Cidade, em Lisboa.

O Dia Mundial da Crianças na Escola EB1 JI do Cerco do Porto


















Muita alegria, muita festa, muita brincadeira e sobretudo uma grande felicidade.

domingo, 31 de maio de 2009

1 de Junho Dia Mundial da Criança



Pela sua imaturidade bio-social e dependência dos adultos, as crianças têm, nas nossas cidades, direitos limitados: não podem correr à vontade, gritar, escrever nas paredes, saltar, cantar alto, fazer barulho, pendurar-se nos espaços exteriores, subir às árvores, saltitar, nem sequer esconder-se dos adultos para pensar, quando estes não as entendem.
Os lugares de brincadeira e esconderijo, lugares que estimulam a exploração e a transgressão de todo o tipo de limites, possibilitando formas de transformar o mundo, estão em extinção nos grandes centros urbanos. As crianças, submetidas a pressões educativas, pragmáticas e intelectuais excessivas, “rebentam” pelo comportamento.

Hoje é dia de lembrar que é preciso criar condições para que brincar seja considerada uma actividade séria e absolutamente necessária para as crianças. Um direito fundamental.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O meu filho gosta de fazer TPC

"O meu filho gosta de fazer os TPC e eu gosto que ele faça pois é uma maneira de ver como ele se vai desenvolvendo "

Comentário de um anónimo.

sábado, 23 de maio de 2009

TPC . Trabalho Rigido, limitado e repetitivo

O conceito de trabalho de casa aglomera um conjunto de práticas e de efeitos que só aparentemente têm o mesmo sentido e intuito (sucesso, mobilidade social, emprego, integração...), para as mais diferentes motivações: as crianças parecem querer corresponder às expectativas dos pais e professores; os professores aparentemente querem corresponder às expectativas sociais; outros técnicos de educação dizem querer ajudar as crianças a ter melhores desempenhos escolares; os pais parecem querer proporcionar uma maior mobilidade social através da escola; e os técnicos da área social, por sua vez, defendem porventura esses trabalhos como um instrumento para ajudar as crianças a sair dos ciclos de reprodução da pobreza e da exclusão.
Muitas crianças evidenciam comportamentos agressivos, cansaço e dificuldade de adaptação ao trabalho que trazem da escola para fazer. Convém lembrar que estamos a falar de crianças entre os 6 e os 10 anos de idade que frequentam o lº Ciclo do Ensino Básico. Muitas vezes para estas crianças trata-se de um trabalho rígido, limitado e repetitivo, marcado pela necessidade e sobrevivência do aluno/a, construído a partir de uma visão conservadora da escola, contra uma visão “progressista” que procura um trabalho significativo, que ajude a compreender o significado emancipatório do conhecimento. Um conhecimento que fará com que as crianças compreendam a sociedade em que vivem e consigam adquirir os instrumentos para lidar com ela, tendo em conta os constrangimentos com que se deparam diariamente.

Maria José Araújo
(2006) In Crianças Sentadas
Porto. Livpsic

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O que tem o TPC a ver com o "sucesso escolar"?

Todas as perspectivas sobre a utilidade dos TPC, ou trabalhos escolares feitos fora da escola, decorrem do facto do trabalho dos alunos se ter tornado o discurso dominante do “sucesso escolar” das crianças e dos jovens. A falta de trabalho dos alunos relacionada com as aprendizagens escolares é denunciada como uma causa essencial de insucesso. Multiplicam-se as explicações, salas de estudo, etc. Isto é tanto mais grave quanto as crianças não chegam à escola em pé de igualdade e quanto mais o “sucesso” na escola resultar de algo que a transcende (condições sociais dos alunos, capitais culturais herdados, TPC, explicações etc.), mais ela reproduz e reconfigura essa diferenciação social – transformando desigualdades sociais em desigualdades escolares (o que legitima a meritocracia do sistema, com todas as funções propriamente ideológicas que isso implica).
É neste contexto que a expressão “insucesso escolar” surge como sinónimo de falta de aproveitamento escolar, quase sempre identificada com a “reprovação” (hoje retenção) e como consequência da falta de trabalho escolar, subentendido pelos pais e educadores como falta de estudo. No entanto, não existe um “insucesso escolar”, o que existe são vários insucessos escolares. “Tudo depende da perspectiva em que nos colocamos: insucesso em relação ao aluno ou em relação à escola? (ao professor, ao Ministério da Educação, aos pais...). Se a resposta parece ser em relação ao aluno, deve perguntar-se onde termina a responsabilidade da escola, para começar a do aluno/a, ou seja, em que medida este foi incapaz de aprender ou aquela de ensinar” (Ribeiro, 1988: 1).

As crianças não fazem manifestaçoes, nem votam

Anónimo disse...



Brincar e respeitar o brincar das crianças como a principal actividade - que deveriam ter - é a proposta.

5h de aulas todos os dias tem de chegar. Há muitas outras coisas para fazer. Propiciar o tempo e o espaço para que o possam fazer, até por exemplo não fazer nada. Pensar.

É de facto preciso deixar as crianças saltar e correr . Para isso é preciso que elas tenham espaços e tempo. Com actividades atrás de actividades o dia todo é impossivel.

Mas foi interessante perceber a reacção dos adultos com comentarios online sobre este assunto.
Proponho que lutem por esses espaços livres, menos trabalho escolar e mais ar livre, mais jogos e boas bibliotecas para as escolas, mais respeito pelo tempo livre das crianças etc.

As crianças não fazem manifestaçoes, nem votam
ou a questão estaria, para o lado delas, bem mais interessante.

(comentario enviado por email)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Os educadores e os TPC

As preocupações de muitos educadores sobre esta situação resume-se à dificuldade de pensar nos TPC sem nunca perder de vista a perspectiva da criança ou seja, não se deixar apanhar na armadilha de estar contra elas.




Fazer um bolo ou escrever uma carta

"Embora se constate que muito do brincar se inspira no mundo adulto, é um equívoco supor que se trata de uma mera imitação ou réplica grosseira da vida adulta. Com efeito, o conceito de reprodução interpretativa do mundo e da sociedade adulta pelas crianças, apesar de considerar que nas suas brincadeiras elas podem repescar os temas e representar os papéis e as formas de relação que observam e experimentam no/com o mundo adulto, também enfatiza que elas são selectivas nos modos como os apreendem e interpretam, e expressam a sua diferença nos modos como os desempenham (...)"

Manuela Ferreira - Do "Avesso" do Brincar ou... as relações entre pares, as rotinas da cultura infantil e a construção da(s) ordem(ens) sociai(s) instituinte(s) das Crianças no Jardim de Infância"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lisboa, Portugal 18/05/2009 08:19 (LUSA)
Temas: Educação

Lisboa, 18 Mai (Lusa) - Uma criança pequena trabalha diariamente na escola tantas horas como um adulto e ainda leva trabalho para casa, um excesso que preocupa especialistas e deixa angustiados muitos encarregados de educação, que pedem que em casa os deixem ser apenas pais.

Excesso de TPC - Crianças trabalham tanto como adultos

Como todos sabemos, à maioria das crianças são propostos como “trabalhos de casa” tarefas que incluem cópias de textos, repetições de palavras (várias vezes), fichas com contas e problemas diversos que na maior parte das vezes se limitam a reproduzir os conteúdos dos livros ou o que eventualmente foi feito e explicado na aula.

Para a criança ou para o adolescente, o trabalho escolar, com tudo o que ele comporta de actividade, representa o exacto equivalente ao trabalho profissional de vida de um adulto. Mas, enquanto a duração do trabalho profissional exige um grande descanso para a maioria dos adultos, o trabalho escolar é cada vez mais desenvolvido tanto dentro como fora da sala de aula. Há mais de 20 anos que se denuncia este excesso de trabalho e os consequentes malefícios físicos, psicológicos e morais para as crianças. Sabe-se que, para a maior parte dos adolescentes, a vida é dividida segundo um esquema condenado por todos os que se têm dedicado ao assunto e que se traduz em trabalho excessivo, que deveria ser seguido de repouso.

Maria JoseAraujo - Os adultos trabalham quase tanto como as criancas - artigo completo

In Virtus

Jornal Publico
SOL
Crianças "deviam brincar em vez de fazer trabalhos de casa" - SIC online

DESTAK

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Investigador defende que futuro do ensino pede «inundação» de tecnologias e escola criativa

O futuro do ensino passa por uma "inundação" de novas tecnologias de informação e comunicação mas também por uma escola criativa e inovadora que seja exemplo para a sociedade, defendeu António Osório, investigador da Universidade do Minho.
Para António Osório, "as escolas do presente e do futuro devem recorrer, de forma permanente, aos computadores, mas também às tecnologias verdes, à experimentação científica e ao desporto".
O investigador falou à margem do «Challenges 2009» - IV Conferência Internacional de Tecnologias de Informação (TIC) e Comunicação na Educação, que hoje começou na Universidade do Minho (UMinho), em Braga. Organizado pelo Centro de Competência da instituição, acolhe 400 investigadores e professores de diferentes graus de ensino, que "partilham e discutem experiências e projectos de inovação com as TIC".
Osório sublinhou que a implementação de computadores no ensino, como o Magalhães, não dispensou " os professores das escolas” e que hoje em dia o seu aproveitamento integral exige “professores mais bem formados".
O docente universitário sublinha que as escolas vão evoluir, ainda mais, na utilização de tecnologias, acentuando que, se tal sucede nos hospitais, em organismos públicos e privados, "a escola não pode ficar de fora".
António Osório, em conjunto com o docente Bento Duarte Silva, acaba de editar um artigo intitulado «As Tecnologias de Informação e Comunicação da Educação na Universidade do Minho» no livro 'Dez Anos de Desafios à Comunidade Educativa'.
Recordam que, na década de 70, "muito antes de se conhecerem as potencialidades da informática", se introduziu em todos os cursos de formação de professores do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e do Secundário a disciplina de Informática e Aplicações. A formação em tecnologias de informação e comunicação foi igualmente preocupação na formação de professores do 1º Ciclo e Educadores de Infância desde meados da década de 80.
Bento Silva e António Osório recordam que "o projecto Minerva trouxe para as escolas os primeiros computadores", e, ao mesmo tempo, "foi pioneiro no colocar os meios de telecomunicação ao serviço da partilha de experiências educativas".
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=31646&op=all - 2009-05-14

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pelo direito a brincar

As brincadeiras das crianças podem parecer frágeis e encantadoras, ruidosas ou turbulentas, no entanto, este brincar faz parte da cultura da infância e para as crianças é um acto muito sério, constituindo inclusive um elemento fundacional da sua cultura.

Visite e participe no blog: www.bambular.blogspot.com

terça-feira, 5 de maio de 2009



Pintar

As crianças precisam de exprimir e exteriorizar a sua subjectividade algo que têm de vir de dentro das vivências da própria criança dos seus marcos de referência. O pensamento vive da sua possibilidade de expressão: pela palavra, pelo grafismo... e assim, quanto maiores forem as possibilidades colocadas à disposição das crianças maior oportunidade terá o seu pensamento de se desenvolver, de se exprimir. A maior parte das matérias teóricas são acessíveis aos adultos mas as que dependem das funções expressivas, “tais como a atitude, a mímica, o movimento, a dança, a palavra, a escrita, o canto, a música, o desenho, a pintura, dificilmente podem ser aprendidas quando se deixa a idade óptima” (1986:15). Ora, se as actividades forem demasiado programadas, deixando para a criança somente um espaço de execução, todo o processo de exploração será perdido.

LEITE, Elvira e MALPIQUE, Manuela (1986) Espaços de Criatividade. Porto: Edições Afrontamento.

O jogo e o tempo livre

Neste artigo Carlos Neto desenvolve um trabalho de apresentação de um conjunto de “ ideias sobre o jogo com crianças e jovens a partir de resultados de alguns estudos realizados sobre os tempos livres, independência de mobilidade e percepção do espaço físico, situação dos espaços de jogo ao ar livre e algumas medidas de intervenção visando a valorização da cultura infantil”

NETO, Carlos (2000). "O Jogo e Tempo Livre nas Rotinas de Vida Quotidiana de Crianças e Jovens." Actas do Encontro Tempos Livres. A Criança, O Espaço, A Ideia ,11-21

O jogo

"Qu'il s'agisse de Mario Bros, de Lara Croft ou de Barbie, le jeu investit aujourd´hui une grande variété de supports (cartes, dessins animés, consoles de jeu...) propose une foule de produits dérivés (vêtements, matériel scolaire...) et sature les différents espaces culturels (télévision, cinéma, livres). Toutes les circulations sont premises. ...."

Gilles Brougère - La Ronde des jeux et des jouets

segunda-feira, 4 de maio de 2009



Brincar às escolinhas

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Devoirs a l'Ecole


Crianças Belgas saiem à rua no dia do trabalhador para se manifestarem contra os trabalhos escolares em casa.

O que deviam as crianças ter na Escola?

Crianças deviam ter jogos de PlayStation nas escolas

Data: 07-09-2008

Fonte: Expresso

"É urgente respeitar o brincar das crianças e reabilitar o sentido da actividade lúdica". Este é o alerta de uma investigadora da Universidade do Porto que deixa algumas propostas para as crianças descansarem do trabalho da "sala de aula".

"É urgente respeitar o brincar das crianças e reabilitar o sentido da actividade lúdica" na Escola a Tempo Inteiro, disse à agência Lusa Maria José Araújo, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Para Maria José Araújo, o prolongamento do horário das escolas primárias em vigor desde 2006, é "inegavelmente" uma medida "socialmente útil", mas se houver "condições físicas e humanas para o fazer" e garantia de que as actividades que se fazem com as crianças vão ao encontro dos seus interesses. O horário pós-escolar deve apostar em actividades lúdicas e culturais, em vez de "ser só actividades programadas e organizadas em função da aprendizagem escolar", afirmou a investigadora, que está a fazer uma tese de doutoramento sobre a relação entre tempo livre e tempo de trabalho escolar em espaços educativos frequentados por crianças entre os 6 e os 12 anos.

"Os adultos querem as crianças ocupadas e esquecem-se de que as crianças que frequentam o 1º ciclo são muito pequenas, que estiveram toda a manhã ou toda a tarde a trabalhar na sala de aula, cumprindo o seu ofício de estudantes, e que precisam de descansar", sublinhou.

Para a investigadora, é preciso apostar no que as crianças gostam, como jogar "playstation" e ter computadores com acesso à Internet.

"Os bons jogos de vídeo (as consolas) tanto do agrado das crianças têm imensas potencialidades que os adultos, que não jogam, não conhecem e desprezam", comentou Maria João Araújo, que tem vindo a trabalhar nas vantagens deste tipo de jogo e a tentar perceber por que é que os pais tanto resistem a deixar os miúdos jogar.

Apostar em material interessante

As escolas deviam apostar também em "boas" bibliotecas com materiais interessantes para que as crianças possam escolher, como livros, jogos e revistas, disse à Lusa, reconhecendo que já há algumas instituições a fazer isso.

Maria José Araújo defendeu ainda a reabilitação de jardins da cidade, para que os educadores possam para lá ir com as crianças, e actividades ligadas ao cinema, teatro e música para os mais pequenos descobrirem estas formas de arte.

"Muitos professores de música e de expressão plástica têm-se queixado, nas entrevistas que faço, que não têm condições de trabalho na escola ou neste programa da escola a tempo inteiro", contou.

As queixas vão para a falta de instrumentos e para as salas, que "não estão preparadas para que eles possam trabalhar com as crianças".

"Como as crianças já estão muito cansadas é o caos e isto é verbalizado por estes professores e até por muitos directores das escolas que dizem que tudo funciona pela boa vontade dos educadores e que o Ministério da Educação não sabe o que se passa", acrescentou.

Maria José Araújo salientou que os adultos têm de começar a acreditar que as crianças sabem, muito bem, entreter-se e que precisam somente que lhes seja criado o ambiente e as condições para que o possam fazer em segurança.

"Estas medidas não podem partir só das necessidades dos pais. Têm de partir das necessidades e da felicidade das próprias crianças para que não se corra o risco de acabar de uma vez por todas com a infância", rematou.


notici publicada em: Portal da Criança
http://www.portaldacrianca.com.pt/noticiasn.php?id=203

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ITURRA, Raul e REIS, Filipe (1990) O Jogo Infantil Numa Aldeia Portuguesa. Guarda: Associação de Jogos Tradicionais da Guarda.

Segundo estes autores a “ideia de que existe uma parte das actividades de um grupo social e os seus indivíduos membros, dedicados ao que se chama trabalho e outra ao que se chama lazer, é uma distinção intelectual. (…) há uma continuidade de diversa intensidade no quotidiano de qualquer indivíduo, onde gradualmente se passa da inactividade ao repouso, à actividade ou transformação e criação das condições de vida” (1970:9). Se a vida dos adultos se organiza entre o trabalho produtivo e o lazer a da criança é dividida entre trabalho escolar, familiar e jogo e marcada por quem conceptualmente vigia o seu comportamento. É no entanto, através do jogo que se aprende a vida social, neste sentido este pequeno livro, avalia o papel do jogo, partindo de uma observação com crianças e é um exemplo de como as relações de grupo contribuem para o conhecimento e de como o jogo é a “fonte com que as ideias do saber social são actualizadas na construção social” (ibidem 29).

CUENCA, M. (1983) Educacion para El Ocio. Madrid: Actividades Escolares.

Partindo de uma concepção de tempo livre como tempo de formação, o autor considera que o aproveitamento do tempo livre é uma preocupação das diferentes instituições onde se desenvolve a criança. Neste sentido, têm crescido as “actividades extra-escolares”, nomeadamente organizadas a partir da escola. Fazendo a apologia do tempo livre, o autor refere os diferentes espaços habitados pelas crianças onde a questão se coloca como problema e/ou como solução. Questionando-se sobre se deve ou não haver uma pedagogia do tempo livre, faz uma distinção entre ócio e tempo livre a partir das teorias de Weber, Grazia, Kluthe, Volpi, entre outros. Considerando que o tempo livre das crianças é o tempo que fica depois das obrigações escolares e familiares, Cuenca propõe que este seja ocupado com jogos livres e espontâneos, argumentando que o jogo é a actividade mais natural da criança.

terça-feira, 31 de março de 2009

27 de março - Dia Mundial do Teatro

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2009
Sexta-feira, 27 de Março de 2009

Hoje é a primeira vez que um texto das comemorações do Dia Mundial do Teatro, que existe desde 1961, foi lido em língua portuguesa em seu original .

Por Augusto Boal
«Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática - tudo é teatro.Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias. Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - "Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida".Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!»

O dramaturgo carioca Augusto Boal, criador do mítico Teatro do Oprimido, está sendo homenageado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), por ocasião do Dia Internacional do Teatro, comemorado no dia 27 de março.
Nesta quarta-feira, em uma cerimônia na sede da UNESCO, em Paris, Boal leu uma mensagem com suas reflexões sobre o tema do "teatro e a paz entre os povos". Além de autor, diretor e teatrólogo, Augusto Boal é conhecido por ter criado o chamado Teatro do Oprimido, uma metodologia internacionalmente conhecida que alia teatro à ação social. O trabalho foi desenvolvido nos anos 60, no Teatro Arena, de São Paulo.

número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo

Investigadora do ICS-UL debruça-se sobre sector teatral

Vera Borges, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), revela que o número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo.
Segundo algumas conclusões da investigadora, mais de metade dos inquiridos tem curso superior em teatro (53 por cento), grande parte dos licenciados dedica-se a esta profissão a tempo inteiro, a ineficácia das políticas culturais públicas é vista como o aspecto mais problemático da profissão de actor e o que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia deles. Estes são alguns dos resultados preliminares do projecto de pós-doutoramento «Vivendo e trabalhando como artista: retrato dos actores e encenadores» que Vera Borges, vai concluir até ao final deste ano. O objectivo deste novo estudo é saber quem são e o que fazem os artistas portugueses nas áreas do teatro, dança e música e o impacto da sua formação inicial na inserção e no início das suas carreiras. Uma das conclusões mais interessantes deste estudo diz respeito à evolução que se verifica a nível da formação dos actores, com o número de diplomados a registar um aumento. Dos inquiridos que concluíram um curso superior em teatro, 23 por cento destes continuam este tipo de formação superior através da realização de um mestrado ou doutoramento. No entanto, não se verificam, para já, diferenças assinaláveis nos rendimentos e integração profissional destes actores quando comparados com o restante universo. @@Segundo os que foram consultados, os aspectos mais problemáticos da profissão de actor são: a ineficácia das políticas culturais públicas para o sector (81 por cento), a inexistência de um subsídio para cobrir o tempo de não trabalho (79 por cento); a precariedade dos contratos de trabalho (74 por cento) e a inexistência de uma carteira profissional que permita regular a entrada de novos profissionais (68 por cento). Criar um espectáculo é prioridade No exercício da sua profissão, aquilo que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia (90 por cento); evoluir pessoalmente e trabalhar com diferentes encenadores /directores. A estrutura do inquérito organiza-se em torno das seguintes dimensões: início da carreira (idade, o primeiro contrato, a formação geral e a formação específica, a importância da escola e da formação contínua, workshops, etc.); a evolução do percurso profissional do artista (contratos, rendimentos, tempos de trabalho em diferentes sectores de actividade, vantagens e desvantagens da profissão); situação profissional actual e dados extra-profissionais (mobilidade geográfica, profissão dos pais e acompanhantes). Conferências sobre artistas A investigadora Vera Borges e Pedro Costa do DINÂMIA (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica) co-organizam, este ano, um ciclo de conferências intitulado «Artistas e trabalhadores culturais: carreiras e mercados de trabalho». No ISCTE, em Lisboa, estarão reputados sociólogos e economistas da arte e da cultura para reflectir sobre esta temática: Tyler Cowen (15 de Abril); David Thorosby (1 de Julho); Pierre-Michel Menger (17 de Setembro); Françoise Benhamou (Novembro).
2009-03-26 - http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=30396&op=all

sexta-feira, 27 de março de 2009

A democracia e a equação do poder

(...) Muitas pessoas empenhadas no campo das lutas emancipatórias, atentas às experiências que hoje “vão fazendo o caminho ao andar”, talvez já se tenham colocado este aparente paradoxo: atingir uma vitória através da desistência dos ideais, torna essa vitória absolutamente inútil; mas defender os ideais abdicando de uma perspectiva real de vitória, torna inúteis os ideais.
Ler todo o artigo em: www.renatosoeiro.blogspot.com

Educar para o Online

É preciso criar dispositivos pedagógicos que mobilizem as TIC, pensados a partir da(s) cultura(s) das crianças e que possam constituir-se como contributos para a realização de actividade social significativa (por oposição ao trabalho escolar, muitas vezes socialmente descontextualizado), na qual as crianças se envolvam voluntariamente e se exprimam culturalmente, desse modo constituindo-se de uma forma activa como autores. Um instrumento que privilegia a voz e os interesses dos seus autores pode constituir um factor de introdução de novos elementos e significados na cultura escolar, atenuando o exercício da violência simbólica, inevitavelmente presente nas práticas escolares dominantes e nos conteúdos curriculares.
A necessidade de educar para o online prende-se com a necessidade de educar para o uso e acesso à Internet com alguma profundidade, explicitando e explorando os benefícios da tecnologia mas também os seus riscos e desvantagens. Aprender a usar efectivamente os computadores e equipamentos congéneres é adquirir competências tecnológicas que possibilitam e alargam o exercício da cidadania.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pupils 'should study Twitter'

Primary school pupils should learn how to blog and use internet sites like Twitter and Wikipedia and spend less time studying history, it is claimed.

All information in: BBC News

The Guardian reports that blogging and Twittering could soon replace traditional subjects on the curriculum at primary schools.
Children will no longer have to study the Victorians or the second world war under proposals to overhaul the primary school curriculum, the Guardian has learned.

However, the draft plans will require children to master Twitter and Wikipedia and give teachers far more freedom to decide what youngsters should be concentrating on in classes.

The proposed curriculum, which would mark the biggest change to primary schooling in a decade, strips away hundreds of specifications about the scientific, geographical and historical knowledge pupils must accumulate before they are 11 to allow schools greater flexibility in what they teach.

Full Story

sexta-feira, 20 de março de 2009

Escolas abertas 12 horas

As Escolas podem e devem estar abertas 24 sobre 24 horas por dia.
A questão não é essa mas sim o que lá se faz.
Neste momento,o que se passa com as crianças do lº Ciclo do Ensino Basico, é que andam num corropio o dia todo. De uma sala a outra, ou mesmo detro da mesma sala, no contentor ou num qualquer lugar da autarquia, no átrio da Igreja ou no campo de futebol. Não têm descanso. Todos os dias andam em correria e stress.

Sempre a mudar com diferentes profissionais...cada um a dizer uma coisa diferente. Horas a fio. Por isso já nem ligam!

Têm 5horas de aulas, depois actividades: música, educação fisica, inglês ... etc
Estudo acompanhado.
Algumas a seguir ainda vão para o ATL fazer trabalhos escolares (trabalhos de casa)
Terapia da fala, psicólogo/a

Trabalham o dia todo. Mais do que um adulto.

Isto não preocupa os adultos, que supostamente tomam conta delas ?
Nem os pais?

Claro que depois rebentam pelo comportamento.

quinta-feira, 5 de março de 2009

CICY: international conference on Cultural education, Innovation, Creativity and Youth

12 e 13 de Março 2009 - Bruxelas

The goal of the conference is to inspire policymakers from EU Member States and representatives from European institutions of cultural education to raise the profile of cultural education on the agenda both in their own country and at the EU level. Cultural education involves education in the fields of the arts, heritage and media. The aim of the conference is to present and discuss policy and policy instruments for cultural education at school and in leisure time in the EU countries.
The conference addresses 'the cultural development of children and young people in a changing Europe: learning with and through culture'. Subthemes are:
• Cultural career of youngsters (curriculum)
• New ways of learning (innovative concepts in intramural and extramural cultural education)
• Culture and citizenship: the broad learning environment
Social role of educators (pioneers: teacher training programmes)

Programa

Mais informações

quarta-feira, 4 de março de 2009

2 e 3 Abril 2009 ESE Jean Piaget - Almada

V Encontro de Educação da ESE Jean Piaget/Almada
Ensinar as Ciências e a Tecnologia nos Ensinos Pré-Escolar e Básico 1º ciclo
Programa

O V Encontro de Educação, organizado pela Escola Superior de Educação Jean Piaget/Almada, coloca no centro do debate o Ensino das Ciências e das Tecnologias nos Ensinos Pré-Escolar e Básico.
Durante dois dias, especialistas da área da educação contribuem para o debate em temáticas como o Plano Tecnológico da Educação, do Ministério da Educação –, as ciências experimentais na aprendizagem e desenvolvimento da criança –, computadores e Internet e a interacção da criança com a cultura e os jogos.

Marcel Thouin, autor das obras Noções de Cultura Científica e Tecnológica e de Ensinar as Ciências e a Tecnologia, é também uma das presenças de destaque. Editado em Portugal pela Editorial Piaget, Marcel Thouin é professor de didáctica das ciências na Universidade de Montreal (Canadá), e especialista nos temas centrais do encontro: as novas perspectivas na educação das ciências e da tecnologia.
O V Encontro de Educação tem a colaboração do Centro Ciência Viva da Amadora, do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e do Visionarium - Centro de Ciência do Europarque.

6th International Conference for Research in Music Education

April 14-18, 2009, School of Education, University of Exeter
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A autoridade não se impõe, conquista-se

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