terça-feira, 31 de março de 2009

número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo

Investigadora do ICS-UL debruça-se sobre sector teatral

Vera Borges, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), revela que o número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo.
Segundo algumas conclusões da investigadora, mais de metade dos inquiridos tem curso superior em teatro (53 por cento), grande parte dos licenciados dedica-se a esta profissão a tempo inteiro, a ineficácia das políticas culturais públicas é vista como o aspecto mais problemático da profissão de actor e o que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia deles. Estes são alguns dos resultados preliminares do projecto de pós-doutoramento «Vivendo e trabalhando como artista: retrato dos actores e encenadores» que Vera Borges, vai concluir até ao final deste ano. O objectivo deste novo estudo é saber quem são e o que fazem os artistas portugueses nas áreas do teatro, dança e música e o impacto da sua formação inicial na inserção e no início das suas carreiras. Uma das conclusões mais interessantes deste estudo diz respeito à evolução que se verifica a nível da formação dos actores, com o número de diplomados a registar um aumento. Dos inquiridos que concluíram um curso superior em teatro, 23 por cento destes continuam este tipo de formação superior através da realização de um mestrado ou doutoramento. No entanto, não se verificam, para já, diferenças assinaláveis nos rendimentos e integração profissional destes actores quando comparados com o restante universo. @@Segundo os que foram consultados, os aspectos mais problemáticos da profissão de actor são: a ineficácia das políticas culturais públicas para o sector (81 por cento), a inexistência de um subsídio para cobrir o tempo de não trabalho (79 por cento); a precariedade dos contratos de trabalho (74 por cento) e a inexistência de uma carteira profissional que permita regular a entrada de novos profissionais (68 por cento). Criar um espectáculo é prioridade No exercício da sua profissão, aquilo que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia (90 por cento); evoluir pessoalmente e trabalhar com diferentes encenadores /directores. A estrutura do inquérito organiza-se em torno das seguintes dimensões: início da carreira (idade, o primeiro contrato, a formação geral e a formação específica, a importância da escola e da formação contínua, workshops, etc.); a evolução do percurso profissional do artista (contratos, rendimentos, tempos de trabalho em diferentes sectores de actividade, vantagens e desvantagens da profissão); situação profissional actual e dados extra-profissionais (mobilidade geográfica, profissão dos pais e acompanhantes). Conferências sobre artistas A investigadora Vera Borges e Pedro Costa do DINÂMIA (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica) co-organizam, este ano, um ciclo de conferências intitulado «Artistas e trabalhadores culturais: carreiras e mercados de trabalho». No ISCTE, em Lisboa, estarão reputados sociólogos e economistas da arte e da cultura para reflectir sobre esta temática: Tyler Cowen (15 de Abril); David Thorosby (1 de Julho); Pierre-Michel Menger (17 de Setembro); Françoise Benhamou (Novembro).
2009-03-26 - http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=30396&op=all

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