Há, com toda a certeza, muitas razões diferentes. Mas algumas podemos nós, já, adivinhar.
Quem conhece o sistema de ensino e o nosso país sabe muito bem o que significa esta medida.
Mas uma coisa já parece certa, não é a preocupação com as crianças e jovens ou com a educação e o ensino que está em causa:
- abre-se campo à prestação privada com fundos do Estado e impostos dos cidadãos
- destroi-se o serviço público de educação que terá menos alunos
- acentua-se a teoria dos estudantes como capital humano
- olham-se os estudantes como clientes
- acentua-se a ideia da educação como um produto em que o consumidor tem de poder escolher a que quer
- mais ensino para os rankings, pois submetem-se as escolas à disciplina do mercado competitivo
- mais pressão nas crianças e jovens
- atacam-se os sindicatos professores que são vistos como poderosos, dispendiosos e a dispensar.
etc
Vai haver muita coisa em funcionamento e quem sofrerá serão sempre as crianças e os jovens que serão sempre os objectos de políticas feitas por pessoas que não conhecem, nem querem mesmo saber das consequências desta racionalidade económica que olha o ensino publico e os seus estudantes como "fracos".
Muitos pais olharão esta medida com bons olhos, muitos outros com apreensão. Talvez valha a pena estarem atentos, porque na verdade é da vida dos vossos filhos que estamos a falar.
Afinal o que se pretende com o cheque ensino?
Pretende-se colocar a escola pública/educação pública no mercado e o Estado demite-se das suas funções.
Talvez se deva perguntar:
Numa altura em que se fazem cortes, porque se oferece dinheiro para mudar de escola?
Porque é que de repente o governo passou a deixar os cidadãos escolher?
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