sexta-feira, 1 de maio de 2009

Devoirs a l'Ecole


Crianças Belgas saiem à rua no dia do trabalhador para se manifestarem contra os trabalhos escolares em casa.

O que deviam as crianças ter na Escola?

Crianças deviam ter jogos de PlayStation nas escolas

Data: 07-09-2008

Fonte: Expresso

"É urgente respeitar o brincar das crianças e reabilitar o sentido da actividade lúdica". Este é o alerta de uma investigadora da Universidade do Porto que deixa algumas propostas para as crianças descansarem do trabalho da "sala de aula".

"É urgente respeitar o brincar das crianças e reabilitar o sentido da actividade lúdica" na Escola a Tempo Inteiro, disse à agência Lusa Maria José Araújo, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Para Maria José Araújo, o prolongamento do horário das escolas primárias em vigor desde 2006, é "inegavelmente" uma medida "socialmente útil", mas se houver "condições físicas e humanas para o fazer" e garantia de que as actividades que se fazem com as crianças vão ao encontro dos seus interesses. O horário pós-escolar deve apostar em actividades lúdicas e culturais, em vez de "ser só actividades programadas e organizadas em função da aprendizagem escolar", afirmou a investigadora, que está a fazer uma tese de doutoramento sobre a relação entre tempo livre e tempo de trabalho escolar em espaços educativos frequentados por crianças entre os 6 e os 12 anos.

"Os adultos querem as crianças ocupadas e esquecem-se de que as crianças que frequentam o 1º ciclo são muito pequenas, que estiveram toda a manhã ou toda a tarde a trabalhar na sala de aula, cumprindo o seu ofício de estudantes, e que precisam de descansar", sublinhou.

Para a investigadora, é preciso apostar no que as crianças gostam, como jogar "playstation" e ter computadores com acesso à Internet.

"Os bons jogos de vídeo (as consolas) tanto do agrado das crianças têm imensas potencialidades que os adultos, que não jogam, não conhecem e desprezam", comentou Maria João Araújo, que tem vindo a trabalhar nas vantagens deste tipo de jogo e a tentar perceber por que é que os pais tanto resistem a deixar os miúdos jogar.

Apostar em material interessante

As escolas deviam apostar também em "boas" bibliotecas com materiais interessantes para que as crianças possam escolher, como livros, jogos e revistas, disse à Lusa, reconhecendo que já há algumas instituições a fazer isso.

Maria José Araújo defendeu ainda a reabilitação de jardins da cidade, para que os educadores possam para lá ir com as crianças, e actividades ligadas ao cinema, teatro e música para os mais pequenos descobrirem estas formas de arte.

"Muitos professores de música e de expressão plástica têm-se queixado, nas entrevistas que faço, que não têm condições de trabalho na escola ou neste programa da escola a tempo inteiro", contou.

As queixas vão para a falta de instrumentos e para as salas, que "não estão preparadas para que eles possam trabalhar com as crianças".

"Como as crianças já estão muito cansadas é o caos e isto é verbalizado por estes professores e até por muitos directores das escolas que dizem que tudo funciona pela boa vontade dos educadores e que o Ministério da Educação não sabe o que se passa", acrescentou.

Maria José Araújo salientou que os adultos têm de começar a acreditar que as crianças sabem, muito bem, entreter-se e que precisam somente que lhes seja criado o ambiente e as condições para que o possam fazer em segurança.

"Estas medidas não podem partir só das necessidades dos pais. Têm de partir das necessidades e da felicidade das próprias crianças para que não se corra o risco de acabar de uma vez por todas com a infância", rematou.


notici publicada em: Portal da Criança
http://www.portaldacrianca.com.pt/noticiasn.php?id=203

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ITURRA, Raul e REIS, Filipe (1990) O Jogo Infantil Numa Aldeia Portuguesa. Guarda: Associação de Jogos Tradicionais da Guarda.

Segundo estes autores a “ideia de que existe uma parte das actividades de um grupo social e os seus indivíduos membros, dedicados ao que se chama trabalho e outra ao que se chama lazer, é uma distinção intelectual. (…) há uma continuidade de diversa intensidade no quotidiano de qualquer indivíduo, onde gradualmente se passa da inactividade ao repouso, à actividade ou transformação e criação das condições de vida” (1970:9). Se a vida dos adultos se organiza entre o trabalho produtivo e o lazer a da criança é dividida entre trabalho escolar, familiar e jogo e marcada por quem conceptualmente vigia o seu comportamento. É no entanto, através do jogo que se aprende a vida social, neste sentido este pequeno livro, avalia o papel do jogo, partindo de uma observação com crianças e é um exemplo de como as relações de grupo contribuem para o conhecimento e de como o jogo é a “fonte com que as ideias do saber social são actualizadas na construção social” (ibidem 29).

CUENCA, M. (1983) Educacion para El Ocio. Madrid: Actividades Escolares.

Partindo de uma concepção de tempo livre como tempo de formação, o autor considera que o aproveitamento do tempo livre é uma preocupação das diferentes instituições onde se desenvolve a criança. Neste sentido, têm crescido as “actividades extra-escolares”, nomeadamente organizadas a partir da escola. Fazendo a apologia do tempo livre, o autor refere os diferentes espaços habitados pelas crianças onde a questão se coloca como problema e/ou como solução. Questionando-se sobre se deve ou não haver uma pedagogia do tempo livre, faz uma distinção entre ócio e tempo livre a partir das teorias de Weber, Grazia, Kluthe, Volpi, entre outros. Considerando que o tempo livre das crianças é o tempo que fica depois das obrigações escolares e familiares, Cuenca propõe que este seja ocupado com jogos livres e espontâneos, argumentando que o jogo é a actividade mais natural da criança.

A autoridade não se impõe, conquista-se

Arquivo do blogue