terça-feira, 22 de agosto de 2017

Brincar nas férias, usufruir do tempo livre!


BELLONI, Maria Cármen (1994) “Children’s free time and Leisure” In José Machado Pais et al. New Routes for Leisure. Lisboa: ICS.

O objectivo deste texto é compreender como é que as crianças passam o seu tempo quando não estão na escola. A autora parte do princípio que o lazer é um tempo que não envolve actividades obrigatórias, mas sim recreativas, da escolha individual das crianças e que envolvam as suas preferências sem calcular a utilidade, benefício ou necessidade desse tempo. Ou seja, tal como para os adultos, também para as crianças existe um tempo livre, ou seja, um tempo para além do tempo de actividade obrigatória (no caso a escola), mas que tem sido objecto de constrangimentos vários. Um tempo cujo estudo envolve numerosas dificuldades epistemológicas e metodológicas, uma vez que na sociedade moderna os espaços onde as crianças podem tomar as suas próprias decisões são quase inexistentes. A escolha das actividades das crianças é orientada pela família ou pela escola, isto é, pelos adultos. 
Para além disto, os espaços exteriores - sobretudo nas grandes cidades - são considerados perigosos ou escassos, o que condiciona a mobilidade das crianças. Para agravar esta circunstância, muitas das actividades organizadas no tempo fora do tempo escolar são impostas às crianças com o pretexto de contribuírem para o seu desenvolvimento. Por estas razões, a autora considera que devemos pôr em dúvida o uso do conceito de “lazer” quando se trata das actividades das crianças. 

Este artigo, escrito em 1994, é - como sabemos - de grande relevância hoje!


Para aqueles que acham que as crianças não são "santas" e que a luta pelo direito ao tempo livre, verdadeiramente livre é uma coisa de pedagogos, a leitura é ainda mais essencial!


Aqui fica a sugestão!


Nao escolarizar o Pré-escolar. A escola pode esperar!


Que há mundo e um tempo para além da escola todos o sabemos. O que talvez precisemos é de saber como fazer para que a escolarização dos jovens possa ser   entendida como absolutamente necessária, desejada, compreendida, emancipatória ...

Este livro, de 2002,  contem doze textos de Agostinho Ribeiro pertinentes  para a nossa reflexão como educadores/as.
O primeiro com o título "Deixem estar as crianças no Jardim: a escola pode esperar"  chama-nos à atenção para o "ano zero" (preparação ou ensaio) da era do pré escolar  que, no plano pedagógico, " pode ser entendido como pressão para a uniformidade e que constituiu objetivamente uma ameaça à originalidade e à excelência dos desempenhos (...).

Não é difícil compreender e até insistir na articulação entre a educação pré-escolar e o lº Ciclo do Ensino Básico; difícil é definir os objetivos e os modos dessa articulação.
Como refere o autor,  a uns parece que o educador não deve planear o seu trabalho no Jardim de Infância sem interrogar  os professores na escola, para outros é claro que lhe bastará fazer o que deve para que a escola receba o que precisa (...)
Uma coisa é orientar a intervenção educativa para a aprendizagem ... outra coisa é proporcionar à criança experiências (de aprendizagem) que a ajudem a desenvolver a capacidade  e apetência para interrogar a realidade, para elaborar estratégias, para equacionar problemas e descobrir soluções, para tomar decisões, para inovar ...

Um livro atual, a ler!

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A escola da vida a tempo inteiro!

O aumento a esperança de vida é, quase sempre, visto de uma forma negativa, um drama, um fardo... Envelhecimento e declínio andam a par e em quase todos os discursos.
Discursos puramente ideológicos, socialmente descontextualizados, que levam a pensar que ficar mais velho é perder competitividade e recusar tudo o que é novo. Bastaria pararmos para pensar em que altura da vida e com que idade pensamos isto, para perceber o erro que cometemos. Começamos a envelhecer no dia em que nascemos. Portanto, envelhecer é natural!
O aumento da esperança de vida é uma boa novidade e abre múltiplas oportunidades. A revolução cinzenta (grisalha) traz desde logo a possibilidade da esperança, um risco que vale a pena !


Precisamos de sair do discurso das estatísticas e da saúde e arranjar uma política que não se limite ao desenvolvimento económico e médico, mas que trate da dimensão social, cultural, geográfica...
É preciso criar condições para uma nova ecologia social,  intergeracional. Há um presente e um futuro em todas as idades se soubermos fazer da nossa vida um sucesso em vez de querermos, somente, ter sucesso na vida!

Envelhecer : Uma escola a tempo inteiro, em que vale a pena apostar!

O Livro de Serge Guérin é um livro para ler e emprestar aos amigos e conhecidos.  Aqui fica a sugestão!

A autoridade não se impõe, conquista-se

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