terça-feira, 31 de março de 2009

27 de março - Dia Mundial do Teatro

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2009
Sexta-feira, 27 de Março de 2009

Hoje é a primeira vez que um texto das comemorações do Dia Mundial do Teatro, que existe desde 1961, foi lido em língua portuguesa em seu original .

Por Augusto Boal
«Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática - tudo é teatro.Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias. Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - "Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida".Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!»

O dramaturgo carioca Augusto Boal, criador do mítico Teatro do Oprimido, está sendo homenageado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), por ocasião do Dia Internacional do Teatro, comemorado no dia 27 de março.
Nesta quarta-feira, em uma cerimônia na sede da UNESCO, em Paris, Boal leu uma mensagem com suas reflexões sobre o tema do "teatro e a paz entre os povos". Além de autor, diretor e teatrólogo, Augusto Boal é conhecido por ter criado o chamado Teatro do Oprimido, uma metodologia internacionalmente conhecida que alia teatro à ação social. O trabalho foi desenvolvido nos anos 60, no Teatro Arena, de São Paulo.

número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo

Investigadora do ICS-UL debruça-se sobre sector teatral

Vera Borges, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), revela que o número de diplomados das escolas aumenta dentro desta área do espectáculo.
Segundo algumas conclusões da investigadora, mais de metade dos inquiridos tem curso superior em teatro (53 por cento), grande parte dos licenciados dedica-se a esta profissão a tempo inteiro, a ineficácia das políticas culturais públicas é vista como o aspecto mais problemático da profissão de actor e o que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia deles. Estes são alguns dos resultados preliminares do projecto de pós-doutoramento «Vivendo e trabalhando como artista: retrato dos actores e encenadores» que Vera Borges, vai concluir até ao final deste ano. O objectivo deste novo estudo é saber quem são e o que fazem os artistas portugueses nas áreas do teatro, dança e música e o impacto da sua formação inicial na inserção e no início das suas carreiras. Uma das conclusões mais interessantes deste estudo diz respeito à evolução que se verifica a nível da formação dos actores, com o número de diplomados a registar um aumento. Dos inquiridos que concluíram um curso superior em teatro, 23 por cento destes continuam este tipo de formação superior através da realização de um mestrado ou doutoramento. No entanto, não se verificam, para já, diferenças assinaláveis nos rendimentos e integração profissional destes actores quando comparados com o restante universo. @@Segundo os que foram consultados, os aspectos mais problemáticos da profissão de actor são: a ineficácia das políticas culturais públicas para o sector (81 por cento), a inexistência de um subsídio para cobrir o tempo de não trabalho (79 por cento); a precariedade dos contratos de trabalho (74 por cento) e a inexistência de uma carteira profissional que permita regular a entrada de novos profissionais (68 por cento). Criar um espectáculo é prioridade No exercício da sua profissão, aquilo que mais agrada aos inquiridos é a possibilidade de criar um espectáculo e desenvolver uma ideia (90 por cento); evoluir pessoalmente e trabalhar com diferentes encenadores /directores. A estrutura do inquérito organiza-se em torno das seguintes dimensões: início da carreira (idade, o primeiro contrato, a formação geral e a formação específica, a importância da escola e da formação contínua, workshops, etc.); a evolução do percurso profissional do artista (contratos, rendimentos, tempos de trabalho em diferentes sectores de actividade, vantagens e desvantagens da profissão); situação profissional actual e dados extra-profissionais (mobilidade geográfica, profissão dos pais e acompanhantes). Conferências sobre artistas A investigadora Vera Borges e Pedro Costa do DINÂMIA (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica) co-organizam, este ano, um ciclo de conferências intitulado «Artistas e trabalhadores culturais: carreiras e mercados de trabalho». No ISCTE, em Lisboa, estarão reputados sociólogos e economistas da arte e da cultura para reflectir sobre esta temática: Tyler Cowen (15 de Abril); David Thorosby (1 de Julho); Pierre-Michel Menger (17 de Setembro); Françoise Benhamou (Novembro).
2009-03-26 - http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=30396&op=all

sexta-feira, 27 de março de 2009

A democracia e a equação do poder

(...) Muitas pessoas empenhadas no campo das lutas emancipatórias, atentas às experiências que hoje “vão fazendo o caminho ao andar”, talvez já se tenham colocado este aparente paradoxo: atingir uma vitória através da desistência dos ideais, torna essa vitória absolutamente inútil; mas defender os ideais abdicando de uma perspectiva real de vitória, torna inúteis os ideais.
Ler todo o artigo em: www.renatosoeiro.blogspot.com

Educar para o Online

É preciso criar dispositivos pedagógicos que mobilizem as TIC, pensados a partir da(s) cultura(s) das crianças e que possam constituir-se como contributos para a realização de actividade social significativa (por oposição ao trabalho escolar, muitas vezes socialmente descontextualizado), na qual as crianças se envolvam voluntariamente e se exprimam culturalmente, desse modo constituindo-se de uma forma activa como autores. Um instrumento que privilegia a voz e os interesses dos seus autores pode constituir um factor de introdução de novos elementos e significados na cultura escolar, atenuando o exercício da violência simbólica, inevitavelmente presente nas práticas escolares dominantes e nos conteúdos curriculares.
A necessidade de educar para o online prende-se com a necessidade de educar para o uso e acesso à Internet com alguma profundidade, explicitando e explorando os benefícios da tecnologia mas também os seus riscos e desvantagens. Aprender a usar efectivamente os computadores e equipamentos congéneres é adquirir competências tecnológicas que possibilitam e alargam o exercício da cidadania.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pupils 'should study Twitter'

Primary school pupils should learn how to blog and use internet sites like Twitter and Wikipedia and spend less time studying history, it is claimed.

All information in: BBC News

The Guardian reports that blogging and Twittering could soon replace traditional subjects on the curriculum at primary schools.
Children will no longer have to study the Victorians or the second world war under proposals to overhaul the primary school curriculum, the Guardian has learned.

However, the draft plans will require children to master Twitter and Wikipedia and give teachers far more freedom to decide what youngsters should be concentrating on in classes.

The proposed curriculum, which would mark the biggest change to primary schooling in a decade, strips away hundreds of specifications about the scientific, geographical and historical knowledge pupils must accumulate before they are 11 to allow schools greater flexibility in what they teach.

Full Story

sexta-feira, 20 de março de 2009

Escolas abertas 12 horas

As Escolas podem e devem estar abertas 24 sobre 24 horas por dia.
A questão não é essa mas sim o que lá se faz.
Neste momento,o que se passa com as crianças do lº Ciclo do Ensino Basico, é que andam num corropio o dia todo. De uma sala a outra, ou mesmo detro da mesma sala, no contentor ou num qualquer lugar da autarquia, no átrio da Igreja ou no campo de futebol. Não têm descanso. Todos os dias andam em correria e stress.

Sempre a mudar com diferentes profissionais...cada um a dizer uma coisa diferente. Horas a fio. Por isso já nem ligam!

Têm 5horas de aulas, depois actividades: música, educação fisica, inglês ... etc
Estudo acompanhado.
Algumas a seguir ainda vão para o ATL fazer trabalhos escolares (trabalhos de casa)
Terapia da fala, psicólogo/a

Trabalham o dia todo. Mais do que um adulto.

Isto não preocupa os adultos, que supostamente tomam conta delas ?
Nem os pais?

Claro que depois rebentam pelo comportamento.

quinta-feira, 5 de março de 2009

CICY: international conference on Cultural education, Innovation, Creativity and Youth

12 e 13 de Março 2009 - Bruxelas

The goal of the conference is to inspire policymakers from EU Member States and representatives from European institutions of cultural education to raise the profile of cultural education on the agenda both in their own country and at the EU level. Cultural education involves education in the fields of the arts, heritage and media. The aim of the conference is to present and discuss policy and policy instruments for cultural education at school and in leisure time in the EU countries.
The conference addresses 'the cultural development of children and young people in a changing Europe: learning with and through culture'. Subthemes are:
• Cultural career of youngsters (curriculum)
• New ways of learning (innovative concepts in intramural and extramural cultural education)
• Culture and citizenship: the broad learning environment
Social role of educators (pioneers: teacher training programmes)

Programa

Mais informações

quarta-feira, 4 de março de 2009

2 e 3 Abril 2009 ESE Jean Piaget - Almada

V Encontro de Educação da ESE Jean Piaget/Almada
Ensinar as Ciências e a Tecnologia nos Ensinos Pré-Escolar e Básico 1º ciclo
Programa

O V Encontro de Educação, organizado pela Escola Superior de Educação Jean Piaget/Almada, coloca no centro do debate o Ensino das Ciências e das Tecnologias nos Ensinos Pré-Escolar e Básico.
Durante dois dias, especialistas da área da educação contribuem para o debate em temáticas como o Plano Tecnológico da Educação, do Ministério da Educação –, as ciências experimentais na aprendizagem e desenvolvimento da criança –, computadores e Internet e a interacção da criança com a cultura e os jogos.

Marcel Thouin, autor das obras Noções de Cultura Científica e Tecnológica e de Ensinar as Ciências e a Tecnologia, é também uma das presenças de destaque. Editado em Portugal pela Editorial Piaget, Marcel Thouin é professor de didáctica das ciências na Universidade de Montreal (Canadá), e especialista nos temas centrais do encontro: as novas perspectivas na educação das ciências e da tecnologia.
O V Encontro de Educação tem a colaboração do Centro Ciência Viva da Amadora, do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e do Visionarium - Centro de Ciência do Europarque.

6th International Conference for Research in Music Education

April 14-18, 2009, School of Education, University of Exeter
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sábado, 20 de dezembro de 2008

AEC: Empobrecer o Curriculo para depois o Enriquecer!

A questão das chamadas Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo do Ensino Básico (EB) – conhecidas por AEC – é de grande complexidade. A atenção do senso comum centra-se nas actividades propostas pelo Ministério em parceria com as autarquias (se são boas ou más, se devem ser estas ou outras, etc.) e com a necessidade de ter as crianças em segurança, enquanto os pais trabalham, mas a questão de fundo fica sempre por resolver porque é de mais difícil apreensão.
Prende-se entre outras razoes com a “disciplinarização” do 1º ciclo do EB, um programa rígido que é entendido de forma muito diferente pelos diversos agentes educativos (pais e professores) e com a implementação da medida conhecida por “Escola a Tempo Inteiro”. Uma medida “socialmente útil” que é feita a pensar nos pais. Para os mais conservadores a “disciplinarização” do lº Ciclo, representa o regresso à escola tradicional, apostando nas disciplinas consideradas “nobres” (o português e a matemática) em detrimento das disciplinas menos consideradas, como são sempre as áreas de expressão. Para os educadores/as mais progressistas, que querem uma escola mais participada, que respeite o trabalho dos professores e a cultura das crianças e dos pais, representa um retrocesso, numa versão mais autoritária, e tem sido considerada como um atentado à liberdade de aprender e ensinar.

Nesta perspectiva, a primeira pergunta que se impõe acerca da necessidade de um enriquecimento curricular, é a seguinte: Porque é que se empobreceu o currículo, se depois temos de o enriquecer?

Não se está aqui a defender um tipo de disciplinas contra outro, ou um tipo de saber que seria melhor do que outro, mas sim o que as pessoas pensam da sua própria vida e da vida das crianças que têm a seu cargo. No que respeita especificamente a estas actividades de enriquecimento, esta questão prende-se sobretudo com a nossa concepção de infância.

Entrevista à Lusa

Jornal Público


Diário de Noticias do Funchal

A autoridade não se impõe, conquista-se

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