Noticia no Jornal "Público"
Por Susana Pereira
(...)
É “tudo uma questão de bom senso”. Se os adultos descansam nas férias, por que é que as crianças não podem fazer o mesmo?
“É preciso prestar atenção aos exemplos que damos às crianças”, elucida a especialista para quem é ponto assente de que "as férias são para descansar, brincar e criar bem-estar!"
"Enquanto não se perceber isto andaremos todos a prestar um mau serviço às crianças”, realça a investigadora, acrescentando que a Convenção sobre os Direitos das Crianças, aprovada em 1989 pela ONU, estipula que elas têm “direito ao repouso, a tempos livres, a participar em jogos e actividades recreativas próprias da sua idade e a participar livremente na vida cultural e artística”. Araújo lamenta: “É sempre a condição de aluno a sobrepor-se à de criança."
Toda a noticia:
https://www.publico.pt/2017/12/17/culto/noticia/como-nao-desesperar-com-os-tpc-em-tempo-de-ferias-1796289
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Como não desesperar com os TPC em tempo de férias
Publicada por M Jose Araujo à(s) 11:02 0 comentários
O Brincaleituras em notícia no Público
(...)
Mudar de paradigma e de práticas pedagógicas
Toda a notícia por Bárbara Wong
https://www.publico.pt/2017/12/12/culto/noticia/a-brincar-a-brincar-tambem-se-aprende-a-ler-1795583
Publicada por M Jose Araujo à(s) 10:59 0 comentários
domingo, 3 de dezembro de 2017
BRINCALEITURAS - A sabedoria do jogar na leitura e no brincar
Conferências
Jogar & Aprender. Se for difícil, desisto; se for desafio, insisto!
Maria Dulce Gonçalves - FPUL
Maria José Araújo - ESE-IPP
As crianças aprendem, cada vez mais cedo, a ler e a escrever, observando e interagindo com os adultos e com outras crianças, em aprendizagens focadas em rotinas, histórias e atividades sociais diferenciadas. O uso de diferentes formas de grafismo e registo criativo permitem às crianças a possibilidade de usufruir de uma aprendizagem pela descoberta.
O desenvolvimento da literacia, através do jogo e do brincar começa muito antes da criança entrar para a escola e, nesse sentido, essa experiência deve ser continuada e valorizada. As crianças têm interesses muito diferentes e também níveis de conhecimento muito diversos acerca da literacia, pois cada família e cada instituição têm também diferentes formas e recursos para as incentivar.
Neste workshop e seminário iremos debater estas preocupações e interesses.
12 Dezembro em Lisboa
12 Dezembro em Lisboa
Anfiteatro Prof Ferreira Marques - FP - UL
Publicada por M Jose Araujo à(s) 10:07 0 comentários
sábado, 23 de setembro de 2017
Não fui feita para fazer Trabalhos de Casa!!
Podemos estar aqui perante várias situações: trabalho quotidiano em casa: lavar, passar a ferro etc. Mas esta frase remete-nos, quase de imediato, para a problemática do TPC.
Um dos problemas dos TPC (Homework) é que dá a ideia de que qualquer pessoa pode ensinar. Não é verdade! Por isso se marcam tarefas.
Não é qualquer pessoa que ensina a
estudar, porque não é fácil e exige formação e competências
específicas nos conteúdos a ensinar. Exige conhecer as crianças e os jovens, as suas culturas, mas também
vontade de os entender, disponibilidade para ouvir e para compreender o modo
como ele e elas aprendem e valorizam o que aprendem.
Os «trabalhos de casa» têm estado presentes em todos
os ambientes familiares independentemente do seu contexto social e cultural. No
entanto, não têm o mesmo tipo de consequências, positivas ou negativas, em
todas as crianças. Os TPC, enquanto prática institucionalizada representam para
a maioria das crianças uma sobrecarga de trabalho num tempo que deveria ser
para brincar. A escola tem objectivos curriculares, mas as crianças também têm
objectivos e expectativas que têm sido ignorados. Neste sentido, o trabalho
escolar deve ser feito na escola.
Muitos pais e professores acham que se elas
trabalharem muito fora do período escolar vão ter mais sucesso na escola. Mas a
realidade não é tão linear. Na maior parte das vezes, fica por alcançar o
idealizado. Ou pode, ter lugar um efeito contrário ao pretendido.
Normalmente tem!
Publicada por M Jose Araujo à(s) 14:32 0 comentários
DIREITO A BRINCAR E ESCOLHER A BRINCADEIRA
Falar com o
dedo no ar
Para falar temos de pôr o dedo no ar.
Se falarmos todos ao mesmo tempo fica muita confusão e não nos entendem.
Má
comunicação.
(André)
Crianças e adultos já incorporaram a ideia de que têm direito a falar, embora isso se deva processar com ordem, para que
seja perceptível, como elas mesmo dizem.
Esta constatação é um progresso no que respeita aos direitos de
comunicação das crianças, porque na escola já houve um tempo em que as crianças
tinham apenas o direito de ouvir.
O direito a falar é encarado com naturalidade por toda a gente. É um
direito reconhecido e valorizado.
O que devemos defender é que brincar é um
direito da criança tão fundamental como o direito a falar, não necessariamente no tempo lectivo, mas no tempo
pós-lectivo, no tempo livre. Um tempo em que frequentemente se obrigam as crianças a fazer
actividades em tudo semelhantes às do tempo lectivo (pela metodologia que se
usa, por não as envolvermos na organização e programação, por serem demasiado
orientadas, sem deixar para a criança a hipótese de explorar ....
O que eu de facto gostaria de ver era uma criança a levantar o dedo
pedindo para brincar, e que isso fosse reconhecido por ela e pelos adultos, que
com ela convivem, como um direito tão natural e tão irrenunciável como o
direito a falar, a comer e a ser bem tratado.
Há tempo para tudo e há todas as possibilidades que quisermos mas, neste
momento, o ato de brincar não é reconhecido como direito fundamental, porque muitas pessoas têm uma informação muito vaga, limitada e pouco precisa do que
significa brincar.
O mesmo sucede, às vezes, com o jogo, que é entendido somente como
exercício físico ou desporto, interessante para a saúde ou para o
desenvolvimento motor, ignorando o seu potencial como forma inegável de ligação
das crianças ao mundo.
Brincar, para a criança, é viver e é tão importante e tão fundamental
como qualquer outro dos direitos que consideramos fundamentais e que estão
consagrados na Convenção dos Direitos da Criança.
Na verdade, não dar tempo à criança para brincar, não reconhecer esse
direito no seu tempo livre, é uma violência tão grave e punível, como não dar
de comer ou maltratar fisicamente. Constitui além dessa violência, uma falta de
percepção do que significa brincar e da forma como as crianças fazem a leitura
da realidade social. As crianças aprendem pela experiência, à medida que vão
interagindo com o seu grupo de pares e com os adultos e à medida que vão
vivenciando diferentes situações.
Falar e brincar com o dedo no ar!!
Publicada por M Jose Araujo à(s) 14:14 0 comentários
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
O inicio às aulas e o TPC
... o Unicórnio
comeu o meu trabalho de casa!
Presença frequente na literatura e filmes de aventuras e ficção o unicórnio surge nas obras de Lewis Carroll, C.S. Lewis entre outros.
Ligado ao TPC (Homework) leva-nos para esse mundo absolutamente ficcional que representa o desespero com que muitas crianças e jovens hoje encaram a escola e o conhecimento.
A sigla TPC (trabalho para casa), conhecida no universo de todos, é muito utilizada pelas crianças para brincar e inventar outras designações: trabalho para carecas, trabalho para cábulas, trabalho para camelos, tortura para crianças, trabalho p’ra chatear etc., o que pode ser um indicador de uma reflexão crítica relativamente ao que significa este tipo de trabalho, para elas monótono, difícil, sem sentido e sem qualquer atractivo, roubando-lhes, inclusive, o tempo de brincar. Assim, a forma descontraída e humorística com que utilizam estas designações é uma maneira de relativizar e aceitar este tipo de trabalho, alienante e sem sentido, constituindo a subversão da designação pela manutenção das iniciais (TPC) uma forma de resistência simbólica e difusa a algo que normalmente sentem como hostil.
O Unicórnio literalmente come e engole o assunto, resolvendo assim o problema.
E nós o que vamos fazer?
Publicada por M Jose Araujo à(s) 07:07 0 comentários
sábado, 2 de setembro de 2017
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Brincar nas férias, usufruir do tempo livre!
BELLONI, Maria Cármen (1994) “Children’s free time and Leisure” In José
Machado Pais et al. New Routes for Leisure. Lisboa: ICS.
O objectivo deste texto é compreender como é que as crianças passam o seu tempo quando não estão na escola. A autora parte do princípio que o lazer é um tempo que não envolve actividades obrigatórias, mas sim recreativas, da escolha individual das crianças e que envolvam as suas preferências sem calcular a utilidade, benefício ou necessidade desse tempo. Ou seja, tal como para os adultos, também para as crianças existe um tempo livre, ou seja, um tempo para além do tempo de actividade obrigatória (no caso a escola), mas que tem sido objecto de constrangimentos vários. Um tempo cujo estudo envolve numerosas dificuldades epistemológicas e metodológicas, uma vez que na sociedade moderna os espaços onde as crianças podem tomar as suas próprias decisões são quase inexistentes. A escolha das actividades das crianças é orientada pela família ou pela escola, isto é, pelos adultos.
Para além disto, os espaços exteriores - sobretudo nas grandes cidades - são considerados perigosos ou escassos, o que condiciona a mobilidade das crianças. Para agravar esta circunstância, muitas das actividades organizadas no tempo fora do tempo escolar são impostas às crianças com o pretexto de contribuírem para o seu desenvolvimento. Por estas razões, a autora considera que devemos pôr em dúvida o uso do conceito de “lazer” quando se trata das actividades das crianças.
Este artigo, escrito em 1994, é - como sabemos - de grande relevância hoje!
Para aqueles que acham que as crianças não são "santas" e que a luta pelo direito ao tempo livre, verdadeiramente livre é uma coisa de pedagogos, a leitura é ainda mais essencial!
Aqui fica a sugestão!
O objectivo deste texto é compreender como é que as crianças passam o seu tempo quando não estão na escola. A autora parte do princípio que o lazer é um tempo que não envolve actividades obrigatórias, mas sim recreativas, da escolha individual das crianças e que envolvam as suas preferências sem calcular a utilidade, benefício ou necessidade desse tempo. Ou seja, tal como para os adultos, também para as crianças existe um tempo livre, ou seja, um tempo para além do tempo de actividade obrigatória (no caso a escola), mas que tem sido objecto de constrangimentos vários. Um tempo cujo estudo envolve numerosas dificuldades epistemológicas e metodológicas, uma vez que na sociedade moderna os espaços onde as crianças podem tomar as suas próprias decisões são quase inexistentes. A escolha das actividades das crianças é orientada pela família ou pela escola, isto é, pelos adultos.
Para além disto, os espaços exteriores - sobretudo nas grandes cidades - são considerados perigosos ou escassos, o que condiciona a mobilidade das crianças. Para agravar esta circunstância, muitas das actividades organizadas no tempo fora do tempo escolar são impostas às crianças com o pretexto de contribuírem para o seu desenvolvimento. Por estas razões, a autora considera que devemos pôr em dúvida o uso do conceito de “lazer” quando se trata das actividades das crianças.
Este artigo, escrito em 1994, é - como sabemos - de grande relevância hoje!
Para aqueles que acham que as crianças não são "santas" e que a luta pelo direito ao tempo livre, verdadeiramente livre é uma coisa de pedagogos, a leitura é ainda mais essencial!
Aqui fica a sugestão!
Publicada por M Jose Araujo à(s) 03:24 0 comentários
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