domingo, 7 de janeiro de 2018

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Como não desesperar com os TPC em tempo de férias

Noticia no Jornal "Público"
Por Susana Pereira

(...)
 É “tudo uma questão de bom senso”. Se os adultos descansam nas férias, por que é que as crianças não podem fazer o mesmo?
 “É preciso prestar atenção aos exemplos que damos às crianças”, elucida a especialista para quem é ponto assente de que "as férias são para descansar, brincar e criar bem-estar!"

"Enquanto não se perceber isto andaremos todos a prestar um mau serviço às crianças”, realça a investigadora, acrescentando que a Convenção sobre os Direitos das Crianças, aprovada em 1989 pela ONU, estipula que elas têm “direito ao repouso, a tempos livres, a participar em jogos e actividades recreativas próprias da sua idade e a participar livremente na vida cultural e artística”. Araújo lamenta: “É sempre a condição de aluno a sobrepor-se à de criança."

Toda a noticia:
https://www.publico.pt/2017/12/17/culto/noticia/como-nao-desesperar-com-os-tpc-em-tempo-de-ferias-1796289

O Brincaleituras em notícia no Público



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Mudar de paradigma e de práticas pedagógicas

"O desenvolvimento da literacia, através do jogo e do brincar começa muito antes da criança entrar para a escola e, nesse sentido, essa experiência deve ser continuada e valorizada", propõe Maria José Araújo. Para isso, é preciso "sair do esquema de aulas master dixit, do 'temos de cumprir o programa', do medo dos exames", desafia Dulce Gonçalves.


Toda a notícia por Bárbara Wong

https://www.publico.pt/2017/12/12/culto/noticia/a-brincar-a-brincar-tambem-se-aprende-a-ler-1795583

domingo, 3 de dezembro de 2017

BRINCALEITURAS - A sabedoria do jogar na leitura e no brincar



7 Dezembro -  no Porto às 18h .
auditório 



Conferências

Jogar & Aprender. Se for difícil, desisto; se for desafio, insisto!
Maria Dulce Gonçalves  - FPUL

Anda brincar connosco. A aprendizagem lúdica levada muito a sério!
Maria José Araújo - ESE-IPP



As crianças aprendem, cada vez mais cedo, a ler e a escrever, observando e interagindo com os adultos e com outras crianças, em aprendizagens focadas em rotinas, histórias e atividades sociais diferenciadas. O uso de diferentes formas de grafismo e registo criativo permitem às crianças a possibilidade de usufruir de uma aprendizagem pela descoberta.
O desenvolvimento da literacia, através do jogo e do brincar começa muito antes da criança entrar para a escola e, nesse sentido, essa experiência deve ser continuada e valorizada. As crianças têm interesses muito diferentes e também níveis de conhecimento muito diversos acerca da literacia, pois cada família e cada instituição têm também diferentes formas e recursos para as incentivar.
Neste workshop e seminário iremos debater estas preocupações e interesses.





12 Dezembro  em Lisboa
Anfiteatro Prof Ferreira Marques - FP - UL 

sábado, 23 de setembro de 2017

Não fui feita para fazer Trabalhos de Casa!!







Podemos estar aqui perante várias situações: trabalho quotidiano em casa: lavar, passar a ferro etc. Mas esta frase remete-nos, quase de imediato, para a problemática do TPC.

Um dos problemas dos TPC (Homework) é que dá a ideia de que qualquer pessoa pode ensinar. Não é verdade! Por isso se marcam tarefas.
Não é qualquer pessoa que ensina a estudar, porque não é fácil e exige formação e competências específicas nos conteúdos a ensinar. Exige conhecer as crianças e os jovens, as suas culturas, mas também vontade de os entender, disponibilidade para ouvir e para compreender o modo como ele e elas aprendem e valorizam o que aprendem.

Os «trabalhos de casa» têm estado presentes em todos os ambientes familiares independentemente do seu contexto social e cultural. No entanto, não têm o mesmo tipo de consequências, positivas ou negativas, em todas as crianças. Os TPC, enquanto prática institucionalizada representam para a maioria das crianças uma sobrecarga de trabalho num tempo que deveria ser para brincar. A escola tem objectivos curriculares, mas as crianças também têm objectivos e expectativas que têm sido ignorados. Neste sentido, o trabalho escolar deve ser feito na escola.

Muitos pais e professores acham que se elas trabalharem muito fora do período escolar vão ter mais sucesso na escola. Mas a realidade não é tão linear. Na maior parte das vezes, fica por alcançar o idealizado. Ou pode, ter lugar um efeito contrário ao pretendido.
Normalmente tem!

DIREITO A BRINCAR E ESCOLHER A BRINCADEIRA

Falar com o dedo no ar

Para falar temos de pôr o dedo no ar. 
Se falarmos todos ao mesmo tempo fica muita confusão e não nos entendem. 
Má comunicação. 
(André)

Crianças e adultos já incorporaram a ideia de que têm direito a falar, embora isso se deva processar com ordem, para que seja perceptível, como elas mesmo dizem.
Esta constatação é um progresso no que respeita aos direitos de comunicação das crianças, porque na escola já houve um tempo em que as crianças tinham apenas o direito de ouvir.
O direito a falar é encarado com naturalidade por toda a gente. É um direito reconhecido e valorizado.
O que devemos defender é que brincar é um direito da criança tão fundamental como o direito a falar, não necessariamente no tempo lectivo, mas no tempo pós-lectivo, no tempo livre. Um tempo em que frequentemente se obrigam as crianças a fazer actividades em tudo semelhantes às do tempo lectivo (pela metodologia que se usa, por não as envolvermos na organização e programação, por serem demasiado orientadas, sem deixar para a criança a hipótese de explorar ....

O que eu de facto gostaria de ver era uma criança a levantar o dedo pedindo para brincar, e que isso fosse reconhecido por ela e pelos adultos, que com ela convivem, como um direito tão natural e tão irrenunciável como o direito a falar, a comer e a ser bem tratado.

Há tempo para tudo e há todas as possibilidades que quisermos mas, neste momento, o ato de brincar não é reconhecido como direito fundamental, porque muitas pessoas têm uma informação muito vaga, limitada e pouco precisa do que significa brincar.
O mesmo sucede, às vezes, com o jogo, que é entendido somente como exercício físico ou desporto, interessante para a saúde ou para o desenvolvimento motor, ignorando o seu potencial como forma inegável de ligação das crianças ao mundo.

Brincar, para a criança, é viver e é tão importante e tão fundamental como qualquer outro dos direitos que consideramos fundamentais e que estão consagrados na Convenção dos Direitos da Criança.

Na verdade, não dar tempo à criança para brincar, não reconhecer esse direito no seu tempo livre, é uma violência tão grave e punível, como não dar de comer ou maltratar fisicamente. Constitui além dessa violência, uma falta de percepção do que significa brincar e da forma como as crianças fazem a leitura da realidade social. As crianças aprendem pela experiência, à medida que vão interagindo com o seu grupo de pares e com os adultos e à medida que vão vivenciando diferentes situações.

Reconhecer e valorizar o acto de brincar é, ainda, dialogar com as crianças numa linguagem que elas entendem.

Falar e brincar com o dedo no ar!!

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O inicio às aulas e o TPC


                                             




 ... o Unicórnio
comeu o meu trabalho de casa!


Presença frequente na literatura e filmes de aventuras e ficção o unicórnio surge nas obras de Lewis Carroll, C.S. Lewis entre outros. 

Ligado ao TPC (Homework) leva-nos para esse mundo absolutamente ficcional que representa o desespero com que muitas crianças e jovens hoje encaram a escola e o conhecimento. 

A sigla TPC (trabalho para casa), conhecida no universo de todos, é muito utilizada pelas crianças para brincar e inventar outras designações: trabalho para carecas, trabalho para cábulas, trabalho para camelos, tortura para crianças, trabalho p’ra chatear etc., o que pode ser um indicador de uma reflexão crítica relativamente ao que significa este tipo de trabalho, para elas monótono, difícil, sem sentido e sem qualquer atractivo, roubando-lhes, inclusive, o tempo de brincar. Assim, a forma descontraída e humorística com que utilizam estas designações é uma maneira de relativizar e aceitar este tipo de trabalho, alienante e sem sentido, constituindo a subversão da designação pela manutenção das iniciais (TPC) uma forma de resistência simbólica e difusa a algo que normalmente sentem como hostil.

O Unicórnio literalmente come e engole o assunto, resolvendo assim o problema.
E nós o que vamos fazer?




A autoridade não se impõe, conquista-se

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