As actividades devem ser pensadas com os alunos ou para eles?
Na perspetiva de que as atividades devem ser programadas para os alunos está implícita uma concepção de infância que toma as crianças ou os jovens como seres não ativos, sem capacidade de iniciativa e sem identidade. Esta perspetiva não os olha no presente, com a sua realidade concreta, mas como um produto de aprendizagens organizadas pelos adultos em função de um desígnio institucional de socialização. Consequentemente, as atividades por vezes são adequadas, outras vezes não são, porque não vão ao encontro das realidades culturais, cognitivas e às motivações das próprias crianças/jovens, entre outras razões.
Na perspetiva de que as atividades devem ser pensadas com os alunos, a partir dos seus interesses e participação, estamos perante uma conceção de infância que as olha no presente, com personalidade própria, pois estamos a dar-lhes a oportunidade de exprimirem o que sentem, da maneira que desejam. Neste tipo de atividade mais lúdica e não tão direccionada, o próprio processo da escolha é já uma actividade que é válida por si.
É de facto muito importante que as crianças e os jovens exteriorizem a sua subjetividade, algo que vem de dentro das suas vivências, dos seus marcos de referência e não que é imposta do exterior.
Maria José Araújo
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