domingo, 5 de setembro de 2010

Entrada para o lº Ciclo do Ensino Básico: Uma nova etapa na vida das crianças

A entrada para o 1.º Ciclo do Ensino Básico representa uma nova etapa, uma fase nova na vida das crianças e pode marcar o fim de uma vida da brincadeira. Em geral, as crianças têm muitas expectativas e projectos em relação à escola, desde logo porque vão aprender a ler. Começar a estudar na escola significa entrar para o mundo do trabalho escolar, que é um mundo organizado em torno de horários muito rígidos, com trabalho muito específico em função do mandato escolar e que exige à criança não só um grande esforço físico e afectivo como competências para conseguir a sua integração. As crianças têm de se adaptar a alterações significativas das suas rotinas “confortáveis” do dia-a-dia e integrar-se num novo ambiente diferente do ambiente familiar e/ou do ambiente do pré-escolar.
A ansiedade e o medo do insucesso podem condicionar o normal desenvolvimento da criança no espaço escolar. A aprendizagem da leitura e da escrita, das regras e conceitos matemáticos - que é considerada a tarefa fundamental dos primeiros anos de escola -, pode produzir em muitas crianças sentimentos de fracasso por acharem que podem não conseguir realizar essas aprendizagens de forma infalível. As exigências de aprendizagem e o rendimento por parte da escola, a responsabilidade de uma nova vida, são factores capazes de provocar angústias e stress quer nas crianças quer nos pais.


Neste sentido, o apoio dos adultos (mas também dos irmãos mais velhos) é essencial, já que permite dar segurança à criança, permite ajudar a compreender as operações escolares menos concretas, dar confiança num espaço de afectividade essencial para o seu equilíbrio. Ouvir as crianças, perceber as suas expectativas e representações sobre a escola e desmontar essas representações, ajudá-las a perceber o que significam as tarefas persistentes (pouco diferenciadas), estar atento ao seu cansaço .... Ajudar as crianças na transição ou integração escolar, é respeitar os seus ritmos, aproveitar o que elas já sabem para a construção do currículo do Ensino Básico, ajudá-las a sugerir e aceitar as regras de convivência, criar rotinas securizantes que lhes permitam perceber o significado de estudar.

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