Os jovens que frequentam hoje os estabelecimentos de ensino público obrigatório, formados diante das tecnologias são bem diferentes daqueles que o frequentavam há doze anos atrás, têm interesses diferentes, aprendem de forma diferente e sentem-se desligados das escolas que frequentam, pois estas pouco ou nada têm em comum com os seus quotidianos — quer do ponto de vista da organização do espaço, quer dos programas e dos respectivos conteúdos. Mas apesar de todos os anos muita coisa mudar nas escolas — entram e saem novos estudantes e professores, mudam os objectivos, os programas, as preocupações, as acções.....
De entre as condições favoráveis à mudança há a considerar a descentralização. Quando se generaliza uma medida que procura inovar ou mudar os comportamentos na escola nem sempre se tem em conta as experiências e resistências psicológicas dos professores e portanto substima-se este problema. Os trabalhos de Grácio, Benavente, Nóvoa, entre outros, têm mostrado como a resistência à mudança pode ser perspectivada de várias formas e até contrariada se entendermos que as instituições são feitas de pessoas e que portanto, o que está em causa não é o facto da organização ser ou não resistente à mudança, mas que qualquer mudança ou inovação só é uma realidade quando os os professores se consciencializam do potencial dessa mudança e adoptam novos comportamentos. Ou seja, só há mudança se os diferentes agentes educativos assim o entenderem. Para usar as palavras de Michael Crozier a instituição educativa não se muda por decreto.
Assim parecia ser, porque hoje de facto, nem que os professores/as queiram fazer mudanças não conseguem: a burocracia, o autoritarismo e a falta de respeito pela sua autonomia na Escola atingiu um ponto tal que todos os dias os ouvimos dizer "assim não dá" Sra Ministra!
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