quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Tal como nas aulas de substituição

Tal como nas aulas de substituição, o que parece acontecer com este tipo de medidas é que elas obedecem sobretudo à preocupação dos adultos de terem as crianças ou jovens "num espaço seguro", ocupadas e controladas. A escola a tempo inteiro, em muitos casos, não corresponde a uma tentativa de que os jovens se apropriem do espaço escolar, mas tão só em prolongar o seu tempo de "reclusão" nesse espaço. Há certamente honrosas excepções e em alguns casos poderá ser uma oportunidade de dar acesso a um conjunto de actividades culturais e expressivas que não teríamos de outro modo. Contudo, sempre que essas actividades forem vistas de forma instrumental em relação à escola e às competências "dentro da linha" que ela pretende inculcar e sempre que, em lugar de se estimular a escolha, a autonomia e a emancipação dos jovens, se tiverem preocupações essencialmente regulatórias, aí parece-me que os efeitos desta "escola a tempo inteiro" não serão muito interessantes... Mas é apenas uma sensação, uma preocupação crítica a ser explorada no confronto com cada situação e projecto concreto. Que apareçam então muitos exemplos...
ZEQUINHA

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