A linguagem oral com que a criança chega à escola,
independentemente do seu contexto, é a base para a aprendizagem da linguagem
escrita, sendo um objectivo primordial da instituição escolar permitir e
encorajar cada criança a usar a língua materna com o máximo de eficácia, quando
fala, ouve falar, lê e escreve. Mesmo sabendo disto, todos os anos propomos às
crianças, que frequentam o lº ciclo do Ensino Básico, uma educação dirigida
principalmente à sua razão, em detrimento da sua afectividade e de toda a
riqueza das expressões que são garantia de um desenvolvimento mais completo do
conjunto das suas faculdades.
Os trabalhos sobre literacia emergente mostram
que as crianças aprendem cada vez mais cedo a ler e a escrever observando e
interagindo com os adultos e com outras crianças, em aprendizagens focadas numa
multiplicidade de saberes: rotinas, jogos, histórias e atividades sociais
diferenciadas que podem e devem ser convocadas para o contexto de sala de aula.
Se sabemos que a criança aprende a falar mesmo antes de
aprender a ler, a escrever e a saber usar a linguagem em seu beneficio e não
temos dúvidas que é importante que a criança aprenda, na escola, as regras
gramaticais que lhe permitem o uso adequado e o reconhecimento social da
linguística, também é fácil compreender que elas podem desde a escola básica
(lº Ciclo) aprender a compreender a olhar e participar no mundo social
valorizando o que aprenderam na Escola. A reflexividade linguística que se
exige a uma criança será menos abstracta que a reflexividade que se exige para
olhar o mundo social? O mundo em que ela vive ?
A ideia de que as crianças vivem num mundo à
parte afastado da realidade social e política, sem tensões sociais, e que as
crianças constroem a sua identidade sem mesmo antes terem consciência da
diversidade social, cultural, do significado da aprendizagem escolar, é uma
visão difícil de aceitar.
Acreditando nisto, e na aptidão das crianças enquanto atores sociais competentes, desafiamos um grupo de alunos/as a construir um instrumento de recolha de informação que tivesse em conta as suas preocupações e saberes sobre a aprendizagem da língua materna.
As crianças criaram um jogo que serve de ponto de partida para perceber o que significa aprender a ler e escrever e qual a importância das diferentes áreas de expressão para conseguir essas aprendizagens. Partimos do pressuposto de que as crianças são investigadoras todos os dias pois, participam em projetos diários quer em contexto de sala de aula quer na escola e que um dos papéis do/a professor/a é criar o hábito (individual e colectivo) de pensar nas coisas, nas palavras, refletir e criar hábitos intelectuais de ligação das diferentes aprendizagens que elas fazem dentro ou fora da sala de aula. Uma aprendizagem colaborativa entre adultos e crianças, que se pauta pela escuta, pelo diálogo, pela partilha de informação, mas também pela solidariedade e inter-ajuda.
Acreditando nisto, e na aptidão das crianças enquanto atores sociais competentes, desafiamos um grupo de alunos/as a construir um instrumento de recolha de informação que tivesse em conta as suas preocupações e saberes sobre a aprendizagem da língua materna.
As crianças criaram um jogo que serve de ponto de partida para perceber o que significa aprender a ler e escrever e qual a importância das diferentes áreas de expressão para conseguir essas aprendizagens. Partimos do pressuposto de que as crianças são investigadoras todos os dias pois, participam em projetos diários quer em contexto de sala de aula quer na escola e que um dos papéis do/a professor/a é criar o hábito (individual e colectivo) de pensar nas coisas, nas palavras, refletir e criar hábitos intelectuais de ligação das diferentes aprendizagens que elas fazem dentro ou fora da sala de aula. Uma aprendizagem colaborativa entre adultos e crianças, que se pauta pela escuta, pelo diálogo, pela partilha de informação, mas também pela solidariedade e inter-ajuda.
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