Sobre a infância e o brincar: não somos nós, também, o que fomos?
Num tempo em que se vem problematizando cada vez mais a extensão das actividades escolares e em que esta discussão se alarga para além dos restritos meios académico e profissional, é de crucial importância reflectir simultaneamente sobre as causas do fenómeno e tentar compreender que discursos fundamentam este estado de coisas.
De uma forma simples e directa, a questão pode resumir-se à pergunta sobre as razões do excesso de trabalho escolar. A interrogação é tão mais pertinente quanto a lógica – ou a racionalidade - que subjaz a esse excesso migra da esfera dos tempos escolares para a esfera dos tempos não-escolares ou, para utilizar uma terminologia mais ortodoxa – mas questionada e questionável -, dos “tempos livres”.
Das recentes discussões académicas e públicas em torno da questão transparece a ideia de que “os trabalhos de casa servem sobretudo a instituição escolar”, e são organizados em função dos objectivos da escola, das suas lógicas e filosofias pedagógicas dominantes. Uma afirmação escutada, também, no âmbito dos debates, é a de que “é todo um sistema”. Aqui está, portanto, um ponto de partida para um ensaio de procura das “causas profundas” ou, de uma forma mais rigorosa, da sustentação ideológica do fenómeno.
Muitas das mudanças em curso dentro das instituições escolares são justificadas através de narrativas que evocam transformações externas de âmbito global e expressas em diferentes domínios (tecnológicos, económicos, sociais, culturais, etc.). Nesses discursos, que procuram legitimar determinadas leituras e representações da realidade, essas mudanças são assumidas como inevitáveis, como consequência fatal, e fora de discussão, das transformações estruturais, a nível global, ocorridas nos últimos trinta anos. Ora, é justamente a apropriação que estes discursos fazem da ideia do mundo em permanente mudança, e a interpretação de carácter teleológico, adjacente, dessas transformações (com a antevisão dos “inequívocos” benefícios para a instituição escolar) que fornece uma segunda pista para esboçar um quadro explicativo das “causas profundas”, dos fundamentos ideológicos que, de uma forma genérica, impregnam tanto as lógicas das transformações globais como as que têm vindo a penetrar a organização e a vida escolares.
Neste ponto, convirá sublinhar a importação de lógicas e discursos managerialistas, e de racionalidades do mundo da “ciência” económica, para a esfera da instituição escolar e para o mundo da educação – assim como para outros domínios de fornecimento de serviços públicos. A proposta de interpretação dos fundamentos ideológicos que sustentam a crescente dimensão do trabalho escolar (e a subsequente vampirização do tempo das crianças) que aqui se deixa pretende relevar os indícios da presença de certos conceitos característicos e estruturantes de um certo pensamento político-económico. Exemplos: a noção de produtividade e a noção de relação custo-benefício, de retorno obrigatório do esforço institucional e colectivo (e individual, também), que pressionam o alargamento do trabalho escolar, remetem para a noção contemporânea, muito pós-moderna, da performance, e, por outro lado, e a um nível ideológico mais preciso, para a ideia de eficiência, tão cara ao paradigma político-económico do neoliberalismo. Os conceitos e práticas propostas pelo managerialismo neo-liberal que estão aí presentes são, de resto, bem conhecidos pelas classes profissionais dos professores e educadores de infância, que têm vindo a ser submersos e algemados por crescente trabalho burocrático. Trata-se, como tem sido sublinhado, de uma submissão de todas as esferas da vida social às lógicas autoritárias e “inegociáveis” da economia.
Voltando à questão essencial das consequências da introdução de tais conceitos no mundo da educação e na esfera da gestão do tempo das crianças, a questão dos efeitos sobre as vivências das crianças: não estaremos, afinal, a assistir a um esmagamento da experiência da infância, à construção de dispositivos que a reduzem substantivamente?
A noção de actividade escolar é implicitamente questionável, designadamente quando se fala na necessidade de “respeitar o ritmo e o bem-estar das crianças na organização das suas actividades”. Tal significaria colocar em primeiro plano a condição de criança, a condição da infância, o respeito efectivo pela natureza da infância, que é, reconhecidamente, a de uma permanente disposição para a exploração, para a criatividade e para a invenção. Neste plano, o exercício de brincar colide frontalmente com a estratégia pedagógica de organizar sistematicamente as actividades lúdicas das crianças em função de objectivos pré-fixados, objectivos que respondem aos desígnios definidos no âmbito do que são os interesses específicos e institucionais da escola.
A partir desse contraste, a importância do brincar e de ser criança no tempo certo surge bem nítida. A qualidade da experiência de ser criança não é um esteio essencial da qualidade do adulto por vir? Não somos nós, também, o que fomos?
Humberto Lopes
sexta-feira, 12 de março de 2010
Sobre a infância e o brincar: não somos nós, também, o que fomos?
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Des Espaces Pour Jouer
"Si jouer c'est grandir, bien jouer c'est bien grandir.
Or aujourd'hui, tant pour les enfants que pour les adultes, le jeu n'a plus la place qui devrait lui revenir : la famille n'a plus ni le temps ni le goût pour jouer, l'urbanité moderne affecte à tout espace un usage déterminé, la société consumériste transforme les jouets en supports marketing et les médias télévisuels emplissent leurs écrans de jeux d'argent... Par ailleurs, la modernité a entraîné d'importantes modifications dans la vie des enfants qui, très tôt, sont intégrés dans des collectivités.
Leur jeu se trouve ainsi pris au c?ur d'un paradoxe entre l'autonomie nécessaire à celui qui joue et les présences actives des adultes dont la responsabilité est devenue très exigeante. La plupart du temps, ce dilemme aboutit à une perte de liberté du joueur au profit de pédagogies par trop directives. L'auteur défend la place du jeu comme dynamique de développement dès le plus jeune âge, vecteur de rencontres et de partages.
Dans ce livre, réalisé à l'attention des professionnels de l'enfance, éducateurs, enseignants des écoles maternelles, puéricultrices, animateurs, ludothécaires mais aussi architectes ou designers, elle pose les bases des bonnes conditions du jeu, à partir de la définition du concept novateur de cadre ludique, pour les enfants en collectivités et les adultes qui les accompagnent : organisation matérielle, utilisation des lieux, choix des jeux et jouets."
Odile Périno
Des Espaces Pour Jouer
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Debate
Debate em torno do livro "Crianças Ocupadas"
Dia 27 Fevereiro - 15h
PSICOFEIRA - Centro de Psicologia
Av 5 de Outubro 16 - Santa Maria da Feira
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
«A Infância é um país sagrado, um sítio que não se repete»
A infância é um país sagrado, um sítio que não se repete. Muito cedo na vida se torna tarde demais para conquistar aquilo que se perdeu nos primeiros anos. É importante voltar ao pediatra se estamos a pensar em ter filhos. Luís Januário, presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), diz que amamos cada vez mais as nossas crianças, mas passamos cada vez menos tempo com elas. O pediatra aceita fazer o retrato de uma memória inventada: o momento em que um aspirante a pai se encontra com o pediatra que gostaria de ter tido. Parece confuso, mas leia até ao fim. É tudo uma questão de ter tempo. (...)
Toda a entrevista
Entrevista de Luís Gouveia Monteiro com Luís Januário (Sociedade Portuguesa de Pediatria) para a revista Pais & Filhos (edição de Janeiro 2008)
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
A teimar ninguem o dobra
(...)
Na escola a professora também lhe chama teimoso,mas compara-o a um burro. E, como o rapaz nunca mais acerta com o ano da batalha do Salado, nem há maneira de decorar a lengalenga dos afluentes do Guadiana, entra a dança da palmatória em função.É um baile muito simples:ela avança desembestada do fundo da sala, o Constantino mete a cabeça entre os braços e põe-se logo a dar aos pés, procurando atingir-lhe as canelas; a professora bate-lhe nos cotovelos para que ele baixe a guarda, deixando a cabeça descoberta, mas o rapaz ginga os braços a fingir que chora, Cansados os dois, ela abandona a régua e leva-o por uma orelha até à janela das traseiras da escola, onde o deixa de castio o resto do dia. Andaram quatro meses naquilo. (...)
Alves Redol
Constantino guardador de vacas e de sonhos
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Os pais e a educaçao - uma resposta
Os trabalhos de casa continuam a mobilizar muitas "discussões" pois são motivo de preocupação para adultos e crianças
Alguns pais/encarregados de educação colocam-me esta questão:
1 - Como é que nós podemos ajudar a estudar inglês ou matemática em casa, se não sabemos?
Temos de ajudar os filhos nas tarefas escolares? mas nem temos tempo nem conhecimentos para isso. Como fazemos?
Nao precisam de saber e não devem preocupar-se em ensinar, pois essa é a função da escola.
Há uma grande confusão sobre as relações escola-familia e sobre o papel dos pais ou dos professores. Mas todos têm papéis diferentes e muito precisos. Dar apoio aos filhos, educar, não é ser professor em casa. Ou pai e mãe na escola.
Se as crianças não aprenderam na Escola o suficiente para realizar um trabalho escolar, devem recorrer ao professor na escola.
O que acontece quando uma criança está doente? Ou precisa de ser operada? O mais aconselhável é que vá ao médico.
Os pais podem dar um medicamente para baixar a febre mas não devem medicar sem o médico autorizar.
Operar em casa está fora de questão. Todos compreendemos isto.
Com a Educação escolar é igual. Porque teria de ser diferente?
A criança estuda e deve ser incentivada a estudar, mas não pode depender dos pais ou de terceiros (no ATL por exemplo) para que esse estudo seja possivel. Muito menos devem os pais andar a aprender para ensinar os filhos. Não faz sentido.
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
O Tesouro
Ler e ouvir a história do 25 de Abril
Há muitos muitos anos, num país muito distante, vivia um povo infeliz e solitário (...)
Texto de Manuel António Pina
Ilustrações de: Evelina Oliveira
O Tesouro
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Escola a Tempo Inteiro - Uma Diversidade de Perspectivas
Numa sala do Instituto da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra, juntaram-se este fim de semana mais de 300 pessoas num encontro promovido pela DREC (Direcção Regional de Educação do Centro) sob o tema “Escola a Tempo Inteiro - uma Diversidade de Perspectivas”. Académicos (professores, estudantes e investigadores), pais, encarregados de educação, animadores, representantes do poder central e local, falaram das suas teorias, experiências e práticas. As crianças e os jovens, se bem que ausentes fisicamente, estiveram, felizmente, mais presentes do que é habitual nos discursos sobre os espaços educativos e as actividades. A vontade de avaliar as práticas educativas a partir dos interesses das crianças, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida, foi claramente sentida neste encontro. Trata-se agora de motivar outros profissionais para esta opção de fundo isto é, colocar o ponto de vista das próprias crianças no centro do processo de decisão das questões que as afectam.
Os diferentes intervenientes falaram da necessidade de olhar a escola de diferentes perspectivas, como um espaço quotidiano de relação e sociabilidade, de trabalho (académico e profissional), de aprendizagem formal e informal, de jogo, de vida. Muitos temas foram objecto de análise: o oficio de aluno como um dos vários ofícios da criança; o brincar como um direito fundamental essencial; o perigo da rua, que faz parte da vida; como proteger sem manipular ou controlar; a necessidade de devolver os espaços de ar livre às crianças e as crianças aos espaços de ar livre da cidade; o papel fundamental que as autarquias têm neste campo; como podem todas as crianças, sem excepção, participar nas diferentes actividades; o tempo livre visto como não sendo o contrário de tempo ocupado, porque o tempo das crianças pode ser ocupado respeitando a sua liberdade ou, pelo contrário, violar essa mesma liberdade; avaliar as actividades no seu processo e não só como produto final; como podem os profissionais das AEC fazer do espaço de tempo livre das crianças um espaço com mais liberdade do que aquele que elas teriam se não tivessem estas actividades; a importância de olhar estes profissionais com dignidade; perceber e divulgar as boas práticas. Estas foram algumas das questões que fizeram deste encontro um marco importante para olhar diferentemente a Escola a Tempo Inteiro.
Gostei mesmo muito - dizia uma mãe à saída -, mas fiquei com pena de não haver mais debate, para que os pais pudessem, eles também, dizer o que pensam.
Maria José Araújo
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Opera no mercado de Valência
As virtudes do mercado e a música lembrados neste Natal.
Opera no mercado
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O tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho
O consumo é uma actividade colectiva que não afecta especialmente as crianças mas todos nós. Fala-se muito do excesso e da abundância de brinquedos e outros objectos, que as crianças (em determinados contextos), recebem no Natal, mas este assunto é bastante mais profundo e complexo, sobretudo no que respeita ás crianças.
Os brinquedos e os jogos são, seguramente, um dos sectores de maior consumo e assim são tratados como produtos. As crianças são seduzidas por uma grande máquina de marketing comercial e nesse sentido, os brinquedos tem vindo a ser desvalorizados pelos adultos que os consideram objectos de consumo, fúteis e desnecessários. São apresentados às crianças como objectos com funções específicas, desvalorizando-se a invenção e a fantasia.
Tendo entrado na categoria de objectos de consumo, para as crianças, a par da roupa, do fast-food, etc, comercializados em grandes armazéns de brinquedos, passaram a ser desvalorizados enquanto objectos de interesse cultural. As crianças aliás, são consumidoras mas também promotoras pois participam, quase sempre, nas campanhas de promoção.
Em Portugal, aderimos a este sistema (americano de origem), o que fez com que o brincar e os objectos de brincar (os brinquedos) fossem desvalorizados. Assim, o tempo de brincar e do jogo tem-se tornado um tempo de consumo e de trabalho.
Os pais e encarregados de educação não são consumidores passivos, são actores conscientes. Mas, muitas vezes compram sem saber bem porquê: objectos da moda, os filhos pedem, ou simplesmente porque é Natal.
Maria José Araújo
Exageros de Natal
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Computador Magalhães no 1º Ciclo do Ensino Básico
Entrevistas
A autoridade não se impõe, conquista-se
Política Educativa
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