17 Maio 2013
EB1 Padrão da Légua
Numa sala cheia de pais e mães, avós e avôs, irmãos e irmãs, treinadores futebol infantil, professoras, psicólogas entre outras pessoas, debateu-se durante quase três horas sobre o significado de aprender e brincar no tempo livre. No decorrer da nossa conversa, foi interessante verificar a forma como nem sempre conseguimos fazer aquilo que sabemos e em que acreditamos.
As crianças têm direito ao tempo livre mas nós, adultos, não exitamos em preencher esse tempo com actividades atrás de actividades; sabemos que brincar é fundamental mas mesmo assim qualquer actividade estruturada e por nós organizada se sobrepõe ao brincar espontaneo das crianças; sabemos que elas andam cansadas, pressionadas e exaustas com horas e horas de escola... mas depois disso ainda lhes exigimos trabalhos escolares no ATL ou/e casa; sabemos que a actividade física e desportiva é muito do seu agrado, que faz bem e é essencial, contudo se elas tiram más notas na escola da-mos-lhes como castigo não ir ao treino da modalidade desportiva que mais gostam; sabemos e mostramos que sabemos, o significado de castigar as crianças com o conhecimento, mesmo assim lá vem a cópia e as contas preencher o recreio na escola, como castigo de não estar atenta na aula ou não ter feito os TPC; sabemos muitas coisas que realmente parece que não sabemos .... porque esses nossos conhecimentos não têm chegado a condutas quotidianas efectivas que nos ajudem a ajudar as crianças a crescer, que nos ajudem a nós resolver as perplexidades, a viver mais tranquilos.
Realmente podemos saber muitas coisas, mas isso não é suficiente: há sempre uma distância entre o saber e o agir. Estamos sempre à espera de traços mais visíveis, adiamos a mudança para mais tarde. O que faz do paradoxo de A. Giddens um indicador do limite crítico do fenómeno da confiança em termos de desencaixe espaço-temporal.
Neste encontro, participado e implicado foi gratificante perceber que muitas vezes só estamos mesmo à espera de conseguirmos, colectivamente, tomar algumas opções. Quando não estamos sozinhos nas nossas preocupações, quando as dividimos e pensamos em conjunto é sempre mais fácil fazer aquilo em que acreditamos.
No final o treinador da equipe de futebol infantil, levantou-se e disse para a assembleia : obrigada!
Todos foram unanimes que as associações, sejam de pais, sejam de lazer, recreativas etc, são essenciais para que possamos todos, chegar a condutas quotidianas que ajudem a respeitar as crianças ajudando-as assim a respeitar os adultos e os colegas!
A Associação de pais do Padrão da Légua esta de parabéns por mais esta iniciativa.
M Jose Araujo
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