sábado, 13 de abril de 2013

Educar e brincar - Debate na Escola de Chouselas - Vila Nova de Gaia




Para muitos adultos e sobretudo no espaço escolar, brincar aparece vulgarmente como actividade “gratuita” ligada à distração e irresponsabilidade das crianças. Mas a atividade, sendo aparentemente “inútil”, é absolutamente necessária para o bem-estar da criança e para o seu desenvolvimento pessoal e social. A criança constrói a sua cultura brincando, e o conjunto dessa sua experiência é adquirido pela participação nos jogos e nas brincadeiras com os colegas, olhando para os mais velhos. 

Foi com esta preocupação que,  numa sala cheia, na Escola EB1 de Chouselas, promovido pela Associação de Pais - Apechouca, decorreu o debate sobre a necessidade de criar condições de espaço e tempo para brincar. 

  • brincar como direito;
  • brincar  como a possibilidade que a criança tem de criar mundos imaginários, nunca deixando de os compreender como tal;
  • brincar como mecanismo que garante à criança, mas também aos adultos, uma certa distância em relação ao real;
  • brincar como actividade dotada de significado social que, ao contrário de outras, precisa de se exercer, praticar e explorar;
  • brincar para brincar ...


Todos nós brincamos e todos pensamos saber o que é mas, na realidade, poucos sabem mesmo. Há muito poucas coisas em que estamos de acordo quando falamos em brincar e muita ambiguidade quando nos referimos ao brincar das crianças. Neste debate foi, contudo, consensual que brincar é a atividade que as crianças melhor conhecem, de que mais gostam e está presente desde que se levantam até que se deitam, em todas as situações, mesmo que muitos adultos o desconheçam e ignorem. 

Ficou no "ar" a dúvida sobre as metodologias prevalecentes que são usadas nas diferentes Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Será que estas actividades organizadas no Tempo Livre das crianças devem ser mais aulas ? mais ensino? ou podem ser actividades lúdicas que possibilitam brincar com os adultos e com os amigos?  que possibilitam o contacto com as diferentes expressões artísticas? 

A todos os presentes e sobretudo aos responsáveis da associação de pais um abraço de parabéns! 


5 comentários:

APECHOUCA disse...

Dra. Maria José Araújo foi uma tertúlia muito enriquecedora e que decerto deu um importante contributo à nossa missão de educadores ao alertar-nos para a importância do brincar no desenvolvimento dos nossos filhos. Seja pela correria quotidiana em que nos deixamos envolver, seja por muitas outras razões, de facto “Brincar é sempre p’ro fim”
Muito obrigado por partilhar connosco o seu conhecimento, a sua experiência e sobretudo a sua sensibilidade. Foi um grande prazer ouvi-la! Em meu nome pessoal, em nome de toda Associação de Pais e estou certo de todos os presentes, o nosso sincero agradecimento e parabéns pelo seu trabalho.

APECHOUCA disse...

Escrevi este comentário ao artigo no blogue dela:

Dra. Maria José Araújo foi uma tertúlia muito enriquecedora e que decerto deu um importante contributo à nossa missão de educadores ao alertar-nos para a importância do brincar no desenvolvimento dos nossos filhos. Seja pela correria quotidiana em que nos deixamos envolver, seja por muitas outras razões, de facto “Brincar é sempre p’ro fim”
Muito obrigado por partilhar connosco o seu conhecimento, a sua experiência e sobretudo a sua sensibilidade. Foi um grande prazer ouvi-la! Em meu nome pessoal, em nome de toda Associação de Pais e estou certo de todos os presentes, o nosso sincero agradecimento e parabéns pelo seu trabalho.
Carlos Gonçalves

M Jose Araujo disse...


Caros amigos,

Foi um prazer estar convosco!
Foi muito gratificante perceber que a vossa Associação tem uma actuação que se pauta pelo respeito e cooperação com as instituições nunca se esquecendo do ponto de vista das crianças. Na verdade não perder esse ponto de vista fará, sempre, toda a diferença.
Mais uma vez parabéns!

apmaquilhagem disse...

Dra. Maria José Araujo, tambem tive o privilégio de estar presente no dia 12 a ouvir palavras tão sábias. Embora o meu filho ainda tenha só 2 anos e meio é com uma enorme preocupação que prevejo o futuro dele. No entanto, com as suas palavras de "descomplicar", aliado à excelente educadora e auxiliar que tem a orienta-lo diariamente, com todo o carinho dos elementos que trabalham e frequentam o infantário penso que tudo se tornará mais fácil.
Consegui rever nas suas palavras algumas ações que as profissionais que trabalham com o meu rapazinho vem demonstrando. Espero conseguir eu tambem transmitir muitos ensinamentos a brincar, e passar a jogar mais ao jogo da corda...
O nosso agradecimento pela dedicação e pela entrega.
Esperamos (re)encontra-la brevemente.

Pedro Gabriel disse...

Dra.Maria José: tendo sido eu um dos "mentores" da promoção desta tertúlia não posso deixar de partilhar, também aqui no seu blog, o meu contentamento e entusiasmo com o resultado do evento. Como associação de pais ficamos sempre dececionados por não conseguirmos “trazer os pais todos à escola" para eventos, como este, que são do seu interesse (e sobretudo para os seus filhos), mas fica com certeza a satisfação de que foi um evento FANTÁSTICO!! ....vale mesmo a pena sair de casa para ouvir alguém como a Dra Maria José falar de temas que nos são tão próximos (e preocupam) numa perspetiva/linguagem muito prática de quem conhece muito bem a realidade das escolas básicas. Ficou, com toda a certeza, a perder quem não esteve presente no evento. Continue assim com a certeza de que terá SEMPRE na nossa associação um lugar para expor / partilhar as suas ideias e, quem sabe, desenvolver um projeto na nossa escola….soube a pouco ...vamos querer mais!!!

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