sábado, 5 de outubro de 2013

Brincar é insubstituível

"Brincar fora de casa, na natureza, é insubstituível [para o desenvolvimento das crianças]", sublinhou o médico pediatra Luís Januário, no congresso que decorre na Alfândega do Porto, em que criticou a actual "cultura de segurança fóbica" e a "organização estereotipada dos espaços" criados para o lazer dos mais novos. "Não se pode negar às crianças a oportunidade de se envolverem em actividades de risco".

Todo a noticia

Congresso Nacional de Pediatria

sábado, 21 de setembro de 2013

Se a Educação se gerisse administrativamente podíamos colocar em lugar do ministro um programa informático.


Necessidades Educativas Especiais: Um mundo numa frase.

Por David Rodrigues - Publico 17 Set 2013

Há um provérbio chinês que diz que “se pode ver o mundo numa folha de chá”. Entende-se o sentido: o infinitamente pequeno tem características em tudo semelhantes ao que é bem maior e assim se encontra um sentido unificador para todo o mundo.

Há alguns dias, o ministro da Educação, Prof. Nuno Crato, numa entrevista televisiva pronunciou-se – diríamos finalmente – sobre os alunos com necessidades educativas especiais (NEE). Entre outras coisas disse textualmente: “Estão integrados na turma mas na verdade não estão. Naturalmente o que acontece naquele caso concreto é que aqueles alunos pertencem à turma mas dadas as suas necessidades eles não convivem com os alunos daquela turma. Portanto é muito mais uma questão administrativa do que outra”.

Esta simples frase, como a folha de chá, é bem ilustrativa de um pensamento global e de uma lógica de acção face à educação de alunos com dificuldades. Vamos analisar só três aspetos da frase:

1.       “Estão integrados na turma mas na verdade não estão”. To be or not to be… eis a questão. Mas afinal estão integrados ou não estão? Quer dizer… no papel “eles” integram a turma mas na realidade é só de “faz de conta”.  A turma é uma coisa e os alunos com NEE são outra… Não é difícil continuar o raciocínio: seria uma estultícia considerar que alunos com dificuldades fazem parte da turma, que estão integrados na turma. A verdade, é que não estão e isto “da integração” é só para visionamento turístico. Bem difícil entender este raciocínio quando Portugal há mais de 20 anos tem seguido uma política de Inclusão (não de “integração”) em que se considera que a presença de alunos com dificuldades na sala de aula é um fator que não só os beneficia a eles por estarem num meio mais estimulante e com maiores expectativas, mas também os restantes alunos que aprendem conteúdos, estratégias e valores com este ambiente inclusivo.

2.       “Dadas as suas necessidades não convivem com os alunos daquela turma”.  Mas as suas necessidades incluem a ausência de convívio? Hoje não é sequer posto em causa que os ambientes mais estimulantes têm um papel de extraordinária importância no desenvolvimento de todos os alunos e em particular daqueles que mostram ter mais dificuldades na aprendizagem. Portanto, se têm necessidades acrescidas, espera-se que a convivência e a interação com outros alunos sejam ferramentas fundamentais para potenciar o seu desenvolvimento. Dizer que não convivem por causa das suas necessidades é encarar as “suas necessidades” como inelutáveis e considerar que o convívio se deve passar só “entre iguais”.  Aqui voltamos a estar a muitas léguas do que se pensa e do que se sabe sobre a promoção de ambientes inclusivos.
3.       “Portanto é mais uma questão administrativa do que outra”. Este é sem dúvida um argumento no qual se baseia muita da política educativa do presente. Quando se reivindicam mais meios, mais apoios, mais professores, mais serviços, a resposta é que “administrativamente” tudo está certo: os rácios, os lugares preenchidos, etc. Esta lógica “administrativa” procura desarmar a contestação: se tudo está conforme os ditames administrativos afinal qual é o problema? O problema é muito simples e é fácil de explicar a pessoas com formação de Economia. A Economia é uma Ciência Humana e a Contabilidade não é. Quer dizer que quando se pensa na dinâmica das instituições ou das sociedades, tem que se levar em conta muito mais fatores do que a lógica “administrativa”. Se a Educação se gerisse administrativamente podíamos colocar em lugar do ministro um programa informático. Mas não podemos. Dizer que a colocação de alunos e a sua participação é uma questão administrativa é portanto um grande empobrecimento da riqueza do debate.

Através destes três comentários de uma frase do responsável maior da Educação no nosso país, vemos quanto caminho é preciso andar. É preciso andar muito de onde estamos e será preciso andar ainda muito mais se o ponto de partida for deslocado lá para  trás. Ao arrepio do que se sabe, do que se  pratica, da legislação portuguesa em vigor e dos compromissos internacionais que assumimos. Queremos acreditar que não e para isso contamos com os professores, com os pais, com as famílias, com as comunidades para resistir a este encolhimento e adulteração do conceito inclusão.


Todo o artigo

David Rodrigues é Professor Universitário e Presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial.

sábado, 31 de agosto de 2013

Parques infantis - lugares de brincadeira e bem-estar






Playgrounds are places where children can slide, swing, jump, skate, climb and do all those things which their motor control development requires. Furthermore, the social skills which children acquire on the playground develop into capabilities which they take with them into adulthood. Studies show that playgrounds are among the most important locations for young people outside the settings of home and school. This title is dedicated to the international "kidscapes“ of today and presents the most innovative concepts and current trends of this demanding area of design. The projects lead to the knowledge that constructive collaboration on the part of architects and designers, landscape architects and municipal planners, artists and toy manufacturers is the key to the well-being of the children



Parques infantis são  lugares onde as crianças podem escorregar, balançar, pular, andar de skate, escalar e fazer todas aquelas coisas que o seu desenvolvimento exige. Além disso, as habilidades  e capacidades sociais que as crianças adquirem brincando no contacto com a natureza permanecem até à vida adulta. 

Este é um assunto da maior relevância que, eventualmente poucos se atrevem a negar mas que está longe de ser uma realidade.

Este é mais um livro a não perder.

O MITO dos TPC

So why do we continue to administer this modern cod liver oil-or even demand a larger dose? Kohn’s incisive analysis reveals how a set of misconceptions about learning and a misguided focus on competitiveness has left our kids with less free time, and our families with more conflict. Pointing to stories of parents who have fought back-and schools that have proved educational excellence is possible without homework-Kohn demonstrates how we can rethink what happens during and after school in order to rescue our families and our children’s love of learning.

O Mito do mais do mesmo.
Quanto tempo mais vamos fechar os olhos a esta questão?

Trabalhos Para Casa (TPC)

Alunos portugueses são os que mais se sentem pressionados pelos TPC


Será que os trabalhos para casa (TPC) são imprescindíveis no percurso escolar e de vida das crianças e jovens no seu papel de alunos ou a sua importância não compensa o tempo que "rouba" ao convívio familiar e aos momentos de brincadeira?



Os alunos portugueses com 15 anos são dos que mais pressão dos trabalhos de casa sentem, sendo ultrapassados apenas pelos jo- vens da Turquia. A conclusão é do relatório Health Behaviour in School-Aged Children, da Organi- zação Mundial de Saúde.

 Reportagem de Elisabete Cruz - pag 4

TPC - Jornal de Leiria


Report/relatorio

Create an outdoor learning program



Transform outdoor spaces into learning environments where children can enjoy a full range of activities as they spend quality time in nature. This book is filled with guidance to help you plan, design, and create an outdoor learning program that is a rich, thoughtfully equipped, natural extension of your indoor curriculum. Loaded with practical and creative ideas, it also includes information to help youUnderstand how outdoor classrooms benefits children’s learning and developmentCollaborate with other teachers, administrators, and families to make your outdoor classroom a realityCreate development and action plans to strategize and implement changesEvaluate your outdoor environment, program, and practices 

Cultivating Outdoor Classrooms promotes the idea that if you can do it indoors, you can probably do it outside as well.

PRENDRE SOIN. Savoirs, pratiques, nouvelles perspectives



L’acte de « prendre soin » est sans doute l’un des plus vieux gestes effectué envers l’autre. Avec lui, l’altérité et l’identité interagissent et se transforment chez le soigné comme chez le soignant. Selon les époques, les pays et les cultures, il prend différents visages.

Cependant, au-delà de la santé et du bien-être, la question du « prendre soin » permet d’appréhender, dans leur unité et dans leur diversité, une variété de situations allant des actes les plus ponctuels aux enjeux éthiques, politiques et prospectifs les plus vastes puisqu’ils concernent même les risques écologiques pesant sur la planète.

Face à l’allongement de la vie et aux vulnérabilités qui affectent les personnes en situations de précarité, les savoirs et les pratiques du « prendre soin » doivent être réinterrogés afin que soient déterminées les conditions à remplir pour devenir des compétences-clefs d’un monde plus durable et plus solidaire.

(...)

Collection Colloque de Cerisy - Société
Date de publication : 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Qual a prioridade da escolarização?

As Artes e a Vida numa Escola de tolerância

O ano lectivo que estamos agora a começar parece ser mais um ano em que a nossa sociedade propõe às crianças – que frequentam o lº ciclo do ensino básico-, uma educação dirigida principalmente à sua razão, em detrimento da sua afectividade e de toda a riqueza das expressões que são garantia de um desenvolvimento mais completo do conjunto das faculdades humanas. Expressão é a própria vida, dado que toda a natureza humana pode ser considerada expressiva. Para Arno Stern (1), o termo qualifica muitas coisas diferentes e, de uma maneira geral, os educadores querem explicar tudo o que acontece com a criança, porque lhes custa acreditar na acção educativa libertadora que reabilita sem passar por uma interpretação, sem passar por um diagnóstico que conduza a receitas pedagógicas; mas na actividade criativa há coisas que não se explicam. As crianças têm normalmente necessidade da expressão plástica, de desenhar, para enunciarem o que não conseguem confiar à expressão verbal e, se admitirmos este facto como princípio justificativo da sua actividade criadora, a expressão “livre” nunca será colocada em causa. “Compreender a arte infantil é saber porque se exprime a criança, como se exprime e o que exprime” (Stern, s/d: 6).

Todo o texto
http://barometro.com.pt/archives/756

sábado, 17 de agosto de 2013

O castigo dos manuais escolares


Em noticia de ontem na comunicação social ficamos a saber que o ME (Ministério da Educação) quer que os estudantes mais pobres, com apoio social escolar, entreguem os manuais no final do ano lectivo ou podem ficar sem apoio no próximo ano. A ser verdade o teor da noticia, o que parece estar em causa é uma regra comportamentalista e não uma sugestão de reutilização dos manuais por razões que todos reconhecerão como válidas:defesa da natureza, combater o despesismo, ajuda e cooperação entre estudantes, etc 

Algo que as instituições escolares não só incentivam há muitos anos, como vão lembrando ao longo de todo o ano lectivo.

Faz todo o sentido reutilizar os manuais e assim incentivar o que sempre tem sido feito que é a cooperação entre toda a comunidade educativa. Acaba o ano escolar e há um espaço na escola onde todos os alunos deixam os manuais e materiais que já não precisam para que outros possam usar. 
Esta pratica é aliás seguida por bibliotecas e centros de actividades de tempos livres entre outras instituições.

Não poderia o ME ter lembrado? Não era suficiente ou até interessante valorizar que tantas instituições têm feito?

É mesmo verdade que fizeram uma lei em que os pobres que precisam de apoio social escolar entregam o manual ou deixam de ter apoio ?

O ensino é obrigatório e é por ser obrigatório que muitas famílias põe os filhos na escola e o Estado se compromete a criar condições de sucesso. E isso interessa a todos, ou devia interessar.
Os manuais deviam, aliás, ser gratuitos no Ensino público estar online. Como são já alguns no lº Ciclo que o próprio ME disponibiliza.  Como são em muitos países por esse mundo fora que quer que os cidadãos sejam cultos e interessados pela sua educação e cultura.

Mas não! A ser verdade a noticia ela é feita com rancor...autoritarismo. Ou fazes ou ....Não se educa assim ...
Não se constrói nada assim!
É até difícil perceber o que vai na cabeça e no coração de quem faz leis desta forma. 

Não era mais fácil que os estudantes entregassem os manuais, livros ou outros materiais (mochilas etc) que não precisam para ser reutilizados do que ameaçá-los...ou do que ameaçar os que precisam?


Quando os sindicatos de professores ameaçam com greve o que diz o ME ou o governo?


Olha pró que eu digo mas não pró que eu faço ?


É nas pequenas coisas que ficamos a perceber o que se passa e o que por aí ainda virá.






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Porque é que as crianças têm déficit de atenção?


Há muitas teorias diferentes sobre esta temática. Na verdade não são só as crianças que têm um déficit de atenção, muito pelo contrário. Aliás, aliar o deficit de atenção à idade escolar é em si um preconceito  já que todas as crianças a partir dos seis anos de idade estão em idade escolar, que se prolonga até ao estado adulto. E, a falta de atenção e concentração não se limita aos mais pequenos. 

Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar  o problema que causa tanto espanto nos adultos e tanto sofrimento na criança ou se estamos perante uma sociedade que tem um sistema escolar desajustado dos seus públicos. Nesse sentido, tem-se percebido que; não é o cérebro da criança, mas o contexto social da criança que deve ser tido em conta quando falamos em falta de atenção dos estudantes na escola.

"Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança."

Ver toda a noticia
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/deficit-de-atencao-nas-criancas-francesas.html

A autoridade não se impõe, conquista-se

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